SÃO PAULO – A controvérsia a respeito da pesquisa de emoções que o Facebook realizou com cerca de 700 mil de seus usuários em janeiro de 2012 acaba de ganhar mais um capítulo: à época da pesquisa, a rede social não tinha o pedido para realização de testes com os usuários entre as cláusulas dos Termos e Condições de Uso.
A alteração que incluiu a parte sobre realização de pesquisas com os dados de usuários apareceu apenas em maio de 2012, conforme publicou a Forbes nessa terça-feira.
A pesquisa, realizada em janeiro de 2012, teria tentado verificar se as emoções poderiam ser tão contagiosas na rede social quanto são na vida real, de maneira simples: uma parcela dos usuários foi exposta a postagens mais positivas em seu feed de notícias, e acabaram respondendo com atualizações mais felizes.
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O mesmo foi feito no lado reverso: cerca de 150 mil usuários receberam textos negativos em seu feed, e acabaram se sentindo mais tristes ou amargos naquele período determinado.
Outro aspecto preocupante a respeito da pesquisa ressaltado pela Forbes é que o Facebook não se preocupou com as limitações etárias: usuários de 13 a 18 anos também tiveram seus feeds de notícias manipulados pela rede social, o que teria infringido a lei federal norte-americana.
Vale lembrar, entretanto, que mesmo o aviso sobre a utilização de dados em pesquisas nos Termos e Condições de Uso do Facebook não isentam a empresa da responsabilidade de conduzir um estudo científico com seres humanos. De acordo com a lei americana, todos os usuários precisariam ser notificados e consentirem em participar dos testes.