ONU elogia campanha Kony 2012

Organização das Nações Unidas aprova o 'diálogo vivo' promovido pelo vídeo sobre o líder do LRA em Uganda

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Por Agências
Atualização:

Organização das Nações Unidas aprova o ‘diálogo vivo’ promovido pelo vídeo sobre o líder do LRA em Uganda

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A Organização das Nações Unidas (ONU) elogiou o impacto da campanha Kony 2012, lançada na internet por uma ONG contra Joseph Kony, o homem mais procurado de Uganda e líder do Exército de Resistência do Senhor (LRA, na sigla em inglês), e pediu ao mundo que não se esqueça das crianças que sofrem as consequências dos conflitos.

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O vídeo da campanha contra o principal responsável de inúmeros sequestros de menores em Uganda e outras regiões da África Central para fazer delas crianças-soldado, se transformou em uma semana em fenômeno na internet com cerca de 100 milhões de visualizações no YouTube e no Vimeo.

“É um problema do qual muitas pessoas eram conscientes, mas agora muitas outras se inteiraram, o que é positivo”, disse na terça-feira, 13, perante a imprensa o porta-voz da ONU, Martin Nesirky, sobre a campanha da ONG americana Invisible Children (Crianças Invisíveis) para pedir a detenção de Kony, procurado pela Corte Penal Internacional (TPI) desde 2005.

Nesirky leu, além disso, um comunicado da representante especial do secretário-geral da ONU para Crianças e Conflitos Armados, Radhika Coomaraswamy, que se mostrou satisfeita com o “diálogo vivo” que a campanha provocou “sobre um assunto que frequentemente não concentra a atenção da imprensa”.

Coomaraswamy pediu atenção “às centenas de milhares de crianças que foram afetadas pelos conflitos no mundo todo, não apenas nessa região”. ”Se alguém quer colaborar, pode apoiar os programas desenvolvidos pela ONU para ajudar as crianças que escaparam do LRA, que estão destinadas a reconstruir as vidas dos menores e de suas comunidades em toda a África Central”, acrescentou Nesirky.

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A campanha. Kony 2012 é um vídeo de 29 minutos que conta a história de horror vivida por uma criança-soldado de Uganda e sua família por causa das ações do LRA, no qual pede que Kony pague pelas graves violações de direitos humanos das quais é acusado e está sendo procurado.

Entre essas acusações, se encontram assassinatos em massa, escravidão e sequestro de menores para transformá-los em crianças-soldado ou no caso das meninas em criadas, e inclusive em escravas sexuais.

Kony supostamente está escondido em zonas de selva da República Democrática do Congo (RDC) e da República Centro-Africana.

Até o momento, a ONG conta com o apoio declarado de muitos rostos conhecidos, como Oprah Winfrey, George Clooney e Justin Bieber, e conseguiu colocar durante vários dias o nome Kony entre os assuntos mais citados (trending topics) no Twitter.

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A ONU trabalha há anos com várias organizações para atender aos afetados pelas ações do LRA, grupo que pretende instalar em Uganda um sistema de Governo baseado nos dez mandamentos bíblicos, e que assassinou e torturou civis sistematicamente desde que começou a operar.

Além disso, a LRA estendeu sua área de influência a vários outros países africanos, e as Nações Unidas situaram o grupo entre aqueles com maior responsabilidade nos casos de violência sexual em conflitos, segundo um último relatório sobre o assunto.

O Conselho de Segurança da ONU colabora com vários Governos centro-africanos em sua luta contra o LRA, grupo de quem exigiu em várias ocasiões a rendição imediata. Além disso, várias organizações pediram à ONU que aumente sua presença na região, com o desdobramento de boinas azuis nas áreas afetadas pelo LRA, enquanto os Estados Unidos enviaram tropas à região em 2011 para acabar com a guerrilha ugandense.

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/ EFE

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