Kony 2012 se torna maior viral da história

Documentário sobre líder guerrilheiro de Uganda tem 100 milhões de "views" em seis dias

PUBLICIDADE

Por Redação Link
Atualização:

Documentário sobre líder guerrilheiro de Uganda  tem 100 milhões de “views” em seis dias

PUBLICIDADE

SÃO PAULO – O filme produzido pela ONG Invisible Children não tem gatinho tecladista ou Lady Gaga. Seu personagem principal é um brutal líder guerrilheiro de Uganda chamado Joseph Kony. Ele é o assunto mais quente do mundo na última semana.

—- • Siga o ‘Link’ no Twitter, no Facebook e no Google+

Kony 2012 se tornou nesta segunda-feira, 12, o vídeo que mais rapidamente viralizou na história. Em seis dias, bateu a marca dos 100 milhões de “views” no YouTube. São três dias a menos que o (agora) segundo colocado, a participação da cantora Susan Boyle no programa Britain’s Got Talent.

Veja o comparativo abaixo produzido pela Visible Measures, uma empresa de pesquisa de mídia:

Kony é o líder do Exército da Libertação do Senhor, uma milícia cristã fanática que captura crianças para servir a seus propósitos. O grupo é acusado de obrigar os meninos a virarem soldados e as meninas escravas sexuais. Kony atua em Uganda desde o fim dos anos 1980. Ele está na lista de “terroristas globais especialmene designados” dos EUA desde 2008. Por conta disso, o governo americano tem fornecido apoio logístico e financeiro a Uganda, incluindo o envio de assessores ao país.

Dirigido pelo ativista Jason Russell, o filme Kony 2012 tem narrativa sentimental, técnicas publicitárias e alto nível de produção. No site da campanha, há links para o envio de mensagens para 20 “realizadores da cultura”, pessoas como Mark Zuckerberg, Justin Bieber e George Clooney, que “quando falam, o mundo ouve”. Muitas celebridades já aderiram, como a cantora Rihanna, o rapper P Diddy e a apresentadora Oprah Winfrey.

Publicidade

O filme levantou uma série de discussões e questionamentos. Uma das principais acusações contra ele é de que simplifica demais um tema complexo e profundo. O próprio diretor Russell já admitiu isso, dizendo que foi intencional.

Outra acusação recorrente contesta a idoneidade da ONG Invisible Children. Como mostra este infográfico publicado pelo Guardian, o dinheiro que chega aos ugandenses é uma porcentagem pequena do total arrecadado.

Há ainda acusações de manipulação da opinião pública com o objetivo de angariar apoio para uma eventual incursão miltar americana em Uganda. Como argumento, apontam para o fato de que Kony nem está mais no país e que Uganda tem grandes e pouco exploradas reservas de petróleo.

Blogueiros e jornalistas de Uganda, um lado pouco ouvido no turbilhão de palpiteiros americanos e europeus, acusam Kony 2012 de ser uma “representação equivocada” do que acontece no país hoje.

Veja Kony 2012 abaixo:

—-Leia mais: • O filme Kony 12 e como apenas nos preocupamos com o Oriente Médio e não com a África

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.