Agora, mais um local citado no livro foi aberto para visitação. O velho casarão onde morava o amante Huynh Thuy Le foi restaurado. Muitas das características originais permanecem na espaçosa casa de cômodos amplos. A elegante fachada guarda traços da arquitetura francesa. O interior, no entanto, é toda decorado ao estilo chinês.
Ao entrar na casa, o visitante se depara com um grande altar de madeira escura com detalhes dourados, com fotos e incensos para os antepassados da família. Outro móvel que chama atenção é uma grande mesa, bem baixa, incrustada de madrepérolas e madeira trazida da França.
As paredes são forradas por fotos do filme O Amante, dirigido por Jean-Jacques Annaud, que gravou algumas locações ali. Curiosamente, há menos de 20 anos, as cenas mais ousadas foram censuradas pelo rígido governo comunista, que vem se tornando mais maleável.
Mas Marguerite nunca entrou na casa. Ela era proibida pela família de Huynh, que não tolerava sequer a presença da moça. Da mesma forma, sua família nutria um profundo desprezo pelo rapaz. O relacionamento da adolescente de 15 anos com um homem de 27 anos, filho de um rico empresário chinês, nunca foi aceito pela sociedade da década de 30. Mais do que a diferença de idade, o racismo das famílias era um entrave ao romance. Racismo entre os colonizadores franceses e os orientais colonizados na antiga Indochina, hoje Vietnã.