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Diversidade e Inclusão

Mapa tátil de Mesquita

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Por Luiz Alexandre Souza Ventura
Atualização:
 Foto: Estadão

Alunos do curso de braille da rede municipal de Mesquita, na região metropolitana do Rio de Janeiro, orientados pelo professor Francisco Antônio de Souza, desenvolveram um mapa tátil da cidade. O objetivo do trabalho é mostrar os diferentes bairros e suas caracetísticas, a partir dos materiais utilizados.

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"A cidade é composta por 17 bairros, e cada bairro tem uma textura diferente. Queremos a inclusão de fato, para que as pessoas com deficiência visual possam conhecer melhor sua cidade", diz o professor Francisco.

A produção do mapa tátil precisou de materiais simples, como madeira, algodão, diversos tipos de papel, barbante, cola e tinta. É um exemplo de que garantir acessibilidade não é uma missão tão difícil e pode ser criada principalmente com boa vontade.

O professor - Francisco Antônio de Souza é funcionário do Instituto Nacional do Câncer (INCA) há 28 anos e afirma: "É uma realização profissional". Cego desde os 17 anos, após bater a cabeça em uma trave durante uma partida de futebol, formou-se em Pedagogia no Centro Universitário Celso Lisboa e, hoje com 49 anos, ministra aulas de braile em Mesquita, na região metropolitana do Rio de Janeiro. "Essa é uma realização pessoal", diz.

Em meados de 2006, foi homenageado pelo município em um livro, no qual defende a perseverança diante das dificuldades. "A educação não começa na escola. Vem do lar, da nossa casa. A escola dá continuidade ao que os pais ensinam. As pessoas com deficiência não devem abandonar seus objetivos por causa dos que alguns chamam de limitações".

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E foi essa virtuosidade que garantiu ao professor Francisco muitas conquistas. Ele foi o 10º colocado em um concurso público na cidade e diz que "o caso da pessoa com deficiência visual é mais complexo. Se a prova tem dez folhas e solicitamos a versão em braile, já começamos em desvantagem, porque o número de páginas sobe para 20 ou 25. E mesmo se optarmos por um 'ledor' (alguém para ler a prova), ele precisa ser bom nisso e muito paciente".

Professor Francisco começou a ministrar as aulas de braile em 2013, atendendo a convite da Secretaria de Educação de Mesquita e, a partir deste ano começou a ensinar Soroban, (instrumento para cálculo, originalmente chinês, levado para o Japão em meados de 1600), curso que ele já ministrou em Niterói, Friburgo e Campos, todos municípios do Estado do Rio de Janeiro.

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