Essa terceira gravidez não foi planejada. Foi uma surpresa e um susto, seguidos pela alegria e a expectativa por aumentar a família, ter mais uma criança para encher a casa de vida e alegria. Mas, numa tarde veio a cólica. Depois o sangramento. E agora estou aqui, dando tempo ao meu corpo, esperando paciente a natureza se desfazer de uma gravidez que não foi adiante. Me despedindo devagar e silenciosa de um filho que não veio.
Não sei porque tudo isso aconteceu. Nem a gravidez inesperada, embora nessa eu pudesse ter tido um controle melhor, nem a despedida repentina. Mas uma verdade é certa e absoluta: há coisas que não podemos controlar. Não dependem do nosso querer ou não querer. Fazer ou não fazer. Simplesmente estão fora do nosso alcance e sobre elas não temos nem o mínimo e mísero controle.
No dia a dia corrido de hoje, queremos tudo a tempo e a hora. Pra ontem. Tudo do nosso jeito, nesse exato momento, whatsapeando. Mas a realidade não é bem assim. Não somos um ser superior, magnânimo e mágico que tem o poder e o controle sobre tudo. Algumas vezes nos deparamos com situações e acontecimentos que fogem ao nosso controle, totalmente. Quando isso acontece, podemos perder o chão e entregar os pontos. Ou podemos assimilar, aceitar e, da melhor forma possível, seguir em frente. Porque, apesar de não termos controle sobre tudo o que nos acontece, depende só de nós e da nossa vontade decidir o que fazer com aquilo que nos acontece.
Tomar decisões e iniciativas sobre situações que podemos controlar é uma posição confortável.Enfrentar o que podemos escolher, mesmo que seja uma escolha complexa, é fácil, ou deveria ser. O difícil e o segredo é enfrentar o que não podemos controlar. Entender isso e seguir em frente é o grande segredo e o maior desafio.