Feliz com a eliminação da Alemanha, o brasileiro que a cada jogo desta Eurocopa torceu sempre pela seleção do país mais pobre em campo ficaria neutro na decisão de domingo - um clássico da pindaíba regional - não fosse outro motivo forte para simpatizar mais com a Azurra: Mario Balotelli.
Um herói negro meio maluco seria um baita de um sacode na caretice com que a Europa vem tratando suas crises, à base de austeridade e exclusão racial.
Pode parecer estranho torcer por um cara que incendiou a própria casa soltando fogos de artifício no banheiro e atirou dardos em companheiros da equipe juvenil de seu clube, mas, em matéria de coisa errada, francamente, alguém que já foi preso saindo de casa com eletrodomésticos tem crédito na praça.
Balotelli é a cara dessa Europa que precisa se olhar de frente para tratar de seus defeitos e apostar em suas virtudes.