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Abaixo a minoria burra!

Cada um tem uma conta - ou um faz-de-conta - na cabeça! É mais ou menos consenso que, além de somar a inflação acumulada à variação do PIB, não custa nada adicionar duas mariolas e uma paçoca aos caraminguás do salário mínimo. Mas não tem dinheiro que pague o papo furado que todo começo de ano governo e oposição travam a respeito do bolso do trabalhador.

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Por Redação
Atualização:

Ainda que insatisfeito com o reajuste mão-de-vaca aprovado esta semana no Senado, o povo está a olhos vistos aliviado com o fim desse trololó na imprensa. Se ninguém foi para as ruas protestar contra os minguados R$ 545, deve-se creditar boa parte da apatia popular à vontade de encerrar o assunto. Basta! O porteiro do meu prédio disse ao síndico que até abriria mão de R$ 5,00 por mês no holerite só para não ouvir a defesa de seus interesses na oratória de José Agripino Maia. Nunca mais!

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ACM Neto, perguntando do alto da tribuna o que são R$ 15 a mais ou a menos nos cofres públicos para assegurar R$ 560 a essa pobre gente, foi um momento único na história do sindicalismo baiano de direita. A certa altura do debate, Aécio Neves se escondeu no plenário, decerto morrendo de vergonha do discurso da oposição que deveria liderar. Se o brasileiro não está nem aí - e não está mesmo! - para o projeto do governo de reajuste do salário mínimo por decreto, sem discussão no Congresso, a culpa é da oposição. Cá pra nós, o senador Álvaro Dias não é a melhor pessoa para defender nem o próprio salário, né?

De qualquer forma, se o STF entender que a Constituição garante o direito a debate parlamentar sobre a matéria em 2012, é bom que a minoria comece desde já a pensar em algo inteligente a propor contra o rolo compressor do governo. Ou vai acabar caindo pra segunda divisão da política.

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