Foto do(a) blog

O blog do Caderno de Oportunidades

Estudo aponta os bairros com bom potencial para oito tipos de serviços

PUBLICIDADE

Por Ligia Aguilhar
Atualização:

Quer abrir uma oficina mecânica?  Saiba que a República e a Consolação são os distritos da capital com maior potencial para abertura desse tipo de negócio.  Prefere uma lanchonete?  Há carência delas no Grajaú, Jardim Ângela e Cidade Tiradentes.  Se vai investir na boa e velha padaria, há déficit delas no Itaim Bibi, República e Bom Retiro.

PUBLICIDADE

Essas são as conclusões de um levantamento (veja infográfico abaixo) feito à pedido do Estado pela Cognatis, empresa de inteligência aplicada a negócios, com foco em geomarketing e estudos estatísticos.  No próximo domingo, dia 19, o Oportunidades publica a segunda parte da pesquisa, dedicada às capitais brasileiras.

O estudo identificou em quais distritos da capital há potencial para desenvolvimento de novos negócios em oito ramos de atuação dentro do setor de serviços: oficinas mecânicas, lanchonetes, academias, cabeleireiros, lavanderias, lojas de roupas, padarias e farmácias.

O setor de serviços foi escolhido pela expressiva taxa de crescimento nos últimos anos.  Em outubro, foi o que mais gerou empregos com carteira assinada - 86 mil de um total de 205 mil novos empregos, segundo dados do Ministério do Trabalho -, ritmo que mantém desde fevereiro deste ano.  Resultado do aumento do consumo interno e do poder aquisitivo da população, fatores que devem continuar impulsionando o setor.

Classe C. O levantamento feito pela Cognatis ressalta uma tendência que já vinha sendo mostrada pela economia: as maiores oportunidades estão em distritos onde predominam a classe C.  Principalmente nas regiões periféricas da cidade, há demanda pelos mais variados serviços, notadamente lanchonete, academia e loja de roupas.  "Existem oportunidades para negócios populares e com preços acessíveis.  Há poder aquisitivo na periferia", diz o demógrafo Reinaldo Gregori, responsável pelo estudo.

Publicidade

Já em bairros onde o custo de vida e o poder de compra é mais alto, como Itaim Bibi, Consolação e Jardim Paulista, faltam serviços básicos como oficinas mecânicas, padarias e farmácias.  "Como o custo do terreno nesses bairros é alto, acabam recebendo negócios com lucratividade mais intensa por metro quadrado", explica Gregori.

Para arcar com o custo de um terreno no Itaim, por exemplo, empresas cujos clientes têm gastos médios mais baixos, como uma padaria, precisam investir em produtos com maior valor agregado para sobreviver.

Foi o que fez Manoel Severiano Filho, um dos donos da Casa de Pães Souza, no Paraíso.  Para aumentar o ticket médio da padaria, ele criou, com o sócio Alberto de Souza Henriques, produtos diferentes, como um croissant gigante, e passou a servir café da manhã e almoço.  "Os mercados roubaram uma fatia das padarias, então, tivemos de fazer mudanças e investir em um perfil mais gourmet", diz Filho.

O consultor do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP) Pedro José Gonçalves lembra que, antes de abrir uma empresa, é preciso considerar outros fatores além do potencial de uma região.  "O empreendedor deve saber como funciona o mercado onde pretende atuar, os hábitos e características dos clientes, quantos concorrentes vai enfrentar e como atuam", diz.  Sem planejamento, o negócio pode fracassar, mesmo no mais promissor dos cenários.

 Foto: Estadão

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.