Por Jerusa Rodrigues
- Qual a opinião do senhor sobre o serviço de coleta de lixo e reciclagem na cidade de São Paulo?
O serviço de coleta de lixo domiciliar cobre todos os bairros da cidade, com regularidade e é um excelente serviço.
Já a reciclagem é praticamente inexistente, ficando em cerca de 2% do total. Isso significa que o Município tem de transportar e enterrar um volume equivalente a um estádio do Pacaembu por dia.
A Prefeitura gasta R$ 1,5 bilhão por ano com essa gigantesca operação, quando poderia economizar cerca de dois terços desse total, ou seja, R$ 1 bilhão por ano, se praticasse a reciclagem em centrais de reciclagem integral de resíduos.
- Como isso poderia ser feito?
Isso poderia ser feito por meio de parcerias com o setor privado, as chamadas Parcerias Público Privadas (PPPs), evitando o uso de dinheiro público nos investimentos e ainda gerando empregos, renda, impostos, novos negócios e equilíbrio ambiental.
- Por que há tanto descarte irregular na cidade?
O descarte mais grave é o do entulho da construção civil. A média brasileira desse tipo de descarte é de um volume maior do que o de lixo domiciliar. A disposição é feita de maneira clandestina, em sua maior parte.
Os geradores têm a obrigação legal de dispor corretamente o entulho, mas a maioria deles prefere evitar os custos envolvidos. Por isso acabam por jogar em córregos, rios, morros, áreas públicas e particulares.
- O que poderia ser feito para coibir essas irregularidades?
Para a construção civil, se houvesse uma política de reciclagem envolvendo o momento do licenciamento da obra e a concessão do Habite-se isso não ocorreria.
Já para o cidadão comum, cujo descarte de pequenos itens é feito geralmente na rua, uma maneira eficiente de coibir é a aplicação de multas, como já ocorre no Rio de Janeiro e em vários outros países.
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