Fumar faz mal à saúde financeira

Fumar faz mal. Calma esta não é uma coluna sobre medicina. Não vou abordar os efeitos do cigarro no organismo e sim na saúde financeira. Se você fuma, tenho certeza de que já fez as contas de quanto custa manter seu consumo. Quem não fuma pode continuar lendo, pois a lógica é a mesma para outros tipos de gastos e seu impacto nas finanças pessoais.

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Por Denise Juliani
Atualização:

Muita gente acha que só será possível poupar quando começar a sobrar dinheiro no fim do mês. Se pensar assim, provavelmente não vai guardar um centavo sequer. Poupar não é aplicar onde quer que seja o que sobrou depois de atendidas todas as necessidades, até porque, muitas delas não são exatamente "necessidades", são desejos. E podem esperar.

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Mas para isso é preciso motivação. Os especialistas em finanças pessoais recomendam que a pessoa que quer poupar defina um objetivo para aquele dinheiro. Poupar é postergar a realização de algum desejo de consumo. Se não houver uma promessa de satisfação no futuro, fica difícil deixar de comprar algo hoje.

E se não tomar cuidado, o dinheiro vai embora, parece que escoa por algum buraco e a gente nem se dá conta. Boa parte da culpa é das pequenas despesas do dia a dia e quando chega o fim do mês gastou-se uma boa grana em bobagens.

Aí é que entra o cigarro. Tenho duas conhecidas com algo em comum, ambas fumam e dizem que não conseguem guardar dinheiro. Rosangela consome um maço por dia de uma marca que custa R$ 3,40. Por sua vez, Bia fuma dois maços por dia, ao custo de R$ 9,50. Elas dizem que é pouco e que deixar de gastar com o cigarro não faria qualquer diferença.

Realmente, assim na base do conta-gotas a economia parece insignificante, mas elas até já fizeram as contas do desembolso mensal: R$ 102 no caso de Rosangela e R$ 285 no caso de Bia. Porém, como os efeitos do cigarro sobre a saúde demoram a aparecer e seus "benefícios" (prazer, maior concentração e relaxamento) são imediatos, parar de fumar costuma ser uma decisão sempre deixada para depois.

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Algo parecido acontece com a resolução de poupar: as vantagens de guardar pequenos valores parecem distantes e a tendência é esperar para o dia em que sobrar algum no fim do mês ou entrar uma "bolada" na conta. Só que, por ano, Rosangela literalmente queima R$ 1.224 e Bia, R$ 3.420. Com esse dinheiro dá para pagar à vista uma bela viagem nas férias. É só escolher o destino.

Nas grandes agências de viagem é possível comprar um pacote de oito dias para praias do Nordeste a partir de R$ 980. Se quiser, Bia pode até mesmo ir a Paris.

Mas como parar de fumar não é uma tarefa fácil, que tal tentar um meio termo? Ao reduzir seu consumo para dez cigarros por dia, Rosangela pode poupar o equivalente a uma viagem a Porto Seguro, na Bahia, que custa aproximadamente R$ 600. E Bia pode passar uma semana em Buenos Aires. É um bom começo.

Miudezas

A economia com despesas do dia a dia pode ser feita com várias coisas. Até mesmo um inocente cafezinho pode ter um efeito importante nas finanças pessoais. O café expresso na cidade de São Paulo, por exemplo. O preço em média nas cafeterias é R$ 2,50. A este custo, uma xícara por dia consome R$ 75 no fim do mês, ou R$ 900 em um ano.

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De grão em grão

Mesmo uma pequena economia pode render um bom dinheiro se for mantida ao longo dos anos. No caso de uma pessoa que em vez de gastar R$ 102 por mês com cigarros decida aplicar esse valor na caderneta de poupança, em um ano terá R$ 1.257. Em cinco anos, terá acumulado R$ 7.088. O fumante que desembolsa R$ 285 por mês pouparia R$ 3.513 em 12 meses e R$ 19.803 em cinco anos.

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