Cuidado com as promoções "imperdíveis"

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Por Denise Juliani
Atualização:

As promoções tipo leve três pague dois são uma ótima forma de economizar, mas também podem ser uma bela armadilha para o orçamento da família. Um exemplo? No supermercado aparece a oferta: três latas de ervilha pelo preço de duas. Para ter certeza da economia, não basta a receita clássica, que é multiplicar por três o preço de cada lata vendida separadamente e comparar o resultado com o valor cobrado pelo pacote. Isso é só o começo. Depois de fazer essa continha simples, e antes de colocar o trio no carrinho, pare um pouco e pense: se não fosse o apelo do desconto, eu levaria mesmo essas três latas de ervilha para casa? A compra

 

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valerá a pena se este for um item de consumo frequente na sua casa e a validade estiver ainda longe de expirar.

Ainda assim é preciso ponderar qual o impacto desta e de outras promoções "imperdíveis" no total da conta. Se não passar muito do gasto planejado, tudo bem. Só não vale, na próxima vez que for ao mercado, esquecer que já tem os produtos na despensa e comprar tudo de novo. Além disso, na compra seguinte, é preciso ter em mente que a despesa da vez anterior foi um pouco maior. Afinal, você levou três latas e pagou por duas, mas, de acordo com seu planejamento, iria desembolsar o valor de uma só.

Ou seja, gastou um pouco mais do que pretendia em alguns itens e isso tem de ser descontado no futuro, já que ocorreu uma antecipação de despesa. Assim você evita criar um efeito inflacionário no orçamento.

Se você costuma gastar R$ 100 por semana no supermercado, mas na vez em que levou o trio de ervilhas (e talvez mais algumas coisinhas em promoção) a conta foi para R$ 120, é importante reduzir a diferença na compra seguinte, de modo a permanecer dentro da meta de gastos.

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Isso não é algo fora do comum. Sem perceber, a gente já faz esse ajuste quando, na entrada do caixa, retiramos do carrinho alguns produtos ao perceber que a compra vai estourar nossa meta de despesa. Existe até um método para isso, que é simplesmente colocar os itens supérfluos por último na esteira. Quando a conta parcial atingir determinado patamar, é só deixá-los na cestinha de desistência que está lá para isso mesmo e só gastar o que estava programado. E a estratégia vale para tudo o que a gente consome. Agora, por exemplo, estamos em plena liquidação de inverno, outra tentação. Os shoppings anunciam descontos de até 70% e fazem promoções do tipo: leve quatro camisas e ganhe a quinta. Preciso mesmo de cinco camisas? Posso pagar por elas sem ferir meu orçamento?

O ato de comprar, em geral, causa sensação de prazer muito grande. Se a isso for acrescida a impressão de que estamos levando vantagem fica difícil resistir. Mas é preciso. Não é vergonha nenhuma, ao contrário, deve ser motivo de orgulho conseguir permanecer fiel ao orçamento. Ficar livre de dívidas e ainda conseguir guardar dinheiro, isso sim é um bom negócio.

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