Portões foram abertos 2o minutos antes do fim da partida entre Alemanha e Portugal
Luiz Fernando Teixeira - especial para O Estado de S. Paulo
SALVADOR - Faltando vinte minutos para o fim da partida entre Alemanha e Portugal, qualquer pessoa pôde entrar na Arena Fonte Nova. Isso aconteceu por causa de uma combinação entre a falta do perímetro de segurança no entorno do estádio e a falta de controle do fluxo de pessoas após a abertura dos portões.
No primeiro jogo do estádio no torneio, na sexta-feira, 13, a Seleção Universitária mostrou que o entorno do estádio não teve o perímetro de segurança de 2 km exigidos pela Fifa. De acordo com a Polícia Militar, a operação foi dificultada pelo grande número de residências em volta da Fonte Nova.
Com o grande número de pessoas do lado de fora, qualquer um que se misturasse aos torcedores que saíam poderia entrar no estádio.
Mesmo sem ingresso, a Seleção Universitária conseguiu acompanhar as seleções jogando o fim do segundo tempo e deixando o gramado nos últimos minutos da partida.
Ninguém assumiu a responsabilidade pela falta de controle no fluxo de entrada e saída de pessoas da Arena Fonte Nova.
Dentro do estádio, a PM disse que o controle de pessoas não é feito pela corporação, mas sim pela segurança da Fifa. Os operadores das catracas e dos portões afirmaram que esse controle só é feito na entrada dos torcedores. Os voluntários da Fifa se recusaram a dar entrevista sobre o assunto. "Não fazemos controle de saída porque o evento já acabou. Quem vai querer entrar depois do jogo?", questionou um deles.
Na procura por um superior que pudesse esclarecer melhor o assunto, os voluntários disseram ser "impossível" e orientaram que a reportagem entrasse em contato com o centro de mídia da Fifa através de e-mail.
Pré-jogo. A segunda partida da Copa do Mundo disputada na Arena Fonte Nova teve uma organização melhor do que o jogo entre Espanha e Holanda. Após muitas reclamações dos torcedores sobre a falta de sinalização para os portões do estádio, havia muito mais voluntários indicando o acesso correto nesta segunda-feira, 16.
Também era possível ver um número maior de cambistas, menos discretos do que no jogo anterior, vendendo as entradas entre R$ 200 (setor 3, mais distante) e R$ 800 (setor 1, mais próximo do campo). A procura por ingressos era muito acirrada na entrada Fonte Nova por brasileiros e estrangeiros.
A mexicana Silvana González era uma das pessoas que estavam a procura de ingressos. "Não encontrei à venda no site da Fifa para esse jogo", afirmou. "Como assisti à partida da Holanda com ingresso da Fifa, vou tentar para esse também." O alemão Karl Falsaug estava na mesma situação e disposto a pagar apenas o valor real da entrada, sem ceder ao superfaturamento dos cambistas. "Não tinham ingressos para todos os alemães", disse.
Os amigos Ralf Pross e Wermer Schmidt também não tinham ingressos, mas passam por outra aventura. Eles começaram a viagem do Rio de Janeiro até Fortaleza para ver a Alemanha jogar. "Só temos ingressos para o jogo em Fortaleza e não vamos tentar comprar para esse. Vamos ver aqui fora mesmo", disse Ralf.
