Alexandre Senechal - especial para O Estado de S. Paulo
CURITIBA - A quarta - e provavelmente última - edição do Simpósio de Futebol em Curitiba aconteceu na segunda-feira, 2, com o tema "O país do futebol". O encontro, realizado na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), começou de manhã e terminou já no final da noite, tendo diversos profissionais do próprio Estado como alguns dos principais palestrantes.
Organizado desde 2011 pelo gestor esportivo Eros Mathoso, o Simpósio de Futebol de Curitiba não deve voltar a ser realizado. A falta de dinheiro para a organização, pouca repercussão na mídia e a cidade onde é feito são fatores que impedem o idealizador a continuar com evento.
"Se isso aqui fosse em Porto Alegre, São Paulo, Rio ou Belo Horizonte, estaria cheio. Essa é a frustração que eu tenho", lamentou Eros Mathoso após o término das palestras. Com tudo isso, o idealizador do Simpósio garante que caso não encontre uma parceria, não deve voltar a realizar o encontro em 2015. "Eu gostaria de continuar com o projeto, mas eu preciso de uma instituição forte para assumir o evento. Eu não tenho mais condições de sozinho bancar, organizar e coordenar", finalizou.
Simpósio. O técnico Caio Junior, os preparadores físicos Robson Gomes, do Goiás, e Carlinhos Neves, do Atlético Mineiro, o treinador campeão do Campeonato Paranaense deste ano com o Londrina, Cláudio Tencati, e o diretor da Pluri Consultoria, Fernando Ferreira, foram os principais psrticipantes do Paraná. Além deles, também estiveram presentes nomes como o técnico Paulo Autuori, e o consultor motivacional do Benfica, Evandro Mota.
Os participantes discursaram e debateram sobre os temas mais polêmicos do futebol brasileiro nos últimos meses, como o calendário dos clubes brasileiros, o movimento Bom Senso FC e a ética entre os profissionais do futebol, principalmente os treinadores. Em comum, as críticas com a falta de investimentos das federações em simpósios e encontros sobre o esporte.
"Esse é o papel claro da CBF. Infelizmente e lamentavelmente, ela não promove esse tipo de simpósio, que poderia acontecer todos os anos e envolver as classes do futebol, para expor seus anseios e pensamentos", criticou Paulo Autuori, ex-comandante do Atlético Mineiro.
Cláudio Tencati também reclamou. "Sindicatos, profissionais da área, federações e a CBF teriam a responsabilidade de desenvolver esses encontros, mas isso não acontece. Falta uma iniciativa de vários órgãos para poder melhorar isso", disse.