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O dia a dia dos alunos do Curso Estado de Jornalismo Esportivo

Copa das Confederações não gerou movimento esperado para taxistas de Belo Horizonte

Período de jogos registrou menos corridas que dias normais

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Por Guilherme Faria
Atualização:

 

Torneio decepcionou motoristas de taxi (Guilherme Faria/Seleção Universitária)  Foto: Estadão

Guilherme Faria - Seleção Universitária - especial para o Estado

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BELO HORIZONTE - A falta de táxis na capital mineira é um problema que atormenta os moradores da cidade, que muitas vezes têm de esperar muito tempo até conseguir algum veículo que os atenda nas centrais de telefone e nos pontos que se localizam pela região. Com muita oferta de público e pouca concorrência, taxistas passam quase todo o tempo em trânsito e têm bom faturamento em dias de grandes eventos e partidas de futebol que ocorrem em Belo Horizonte.

A Copa das Confederações, que poderia gerar um incremento ainda maior nos ganhos desses profissionais, acabou atraindo poucos passageiros para os táxis, o que pode ser explicado pelos protestos e pela boa oferta de transportes durante a competição.

Tradicional cooperativa de motoristas da cidade, que conta com mais de 300 associados, a Coomotaxi revela que recebeu 24 mil pedidos de táxi durante o período da Copa das Confederações, 3 mil a menos que a segunda quinzena de maio deste ano.

Sérgio Pereira, taxista que se instala em um ponto perto de várias atrações turísticas da cidade, no bairro Mangabeiras, diz que a procura baixa se deveu às manifestações que ocorreram na cidade durante o torneio. "Quando houve marchas, as coisas complicaram para nós. Além do trânsito ruim pelas ruas fechadas, as pessoas ficavam receosas em sair de casa", afirma.

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Pereira se diz frustrado com seu faturamento durante o torneio, mas ao menos está em situação melhor que alguns de seus companheiros de ponto. "Colegas meus daqui chegaram a perder 600 reais nesse período, muito disso por causa dos protestos", explica o motorista, que diz que até agora que não usou o que aprendeu nos cursos de inglês ofertados pela prefeitura.

Locomoção de graça                                                                

Outro fator que diminuiu os pedidos por esse tipo de transporte foi a grande quantidade de ônibus disponibilizados gratuitamente pela organização do torneio. Saindo de cinco pontos de Belo Horizonte, os coletivos levavam ao Mineirão torcedores munidos de ingressos e funcionários que trabalharam nas partidas.

Além disso, hotéis também ofereciam esse tipo de serviço para seus hóspedes, levando os visitantes aos jogos e aos principais pontos turísticos da Capital Mineira.

Se os veículos estivessem credenciados pela Fifa, poderiam avançar a área de isolamento determinada pela entidade e deixar os passageiros mais perto do Mineirão. Por outro lado, os táxis não tinham permissão de avançar esse perímetro, deixando os torcedores até 1,5 km longe do estádio.

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"Mesmo com a documentação em dia e cumprindo todas as exigências da BHTrans para circular dentro da lei, somos impedidos de aproximar do estádio e oferecer conforto ao torcedor", reclama Elvânio de Souza, que lamenta por ter seu trabalho limitado numa oportunidade em que poderia ter bom retorno financeiro.

Cidade parada

Presidente do Sindicato Intermunicipal dos Condutores Autônomos de Veículos Rodoviários, Taxistas e Transportadores de Minas Gerais (Sincavir), Dirceu Reis acrescenta a implantação de feriados nos dias das partidas aos motivos já citados.

"Os feriados - apenas para escolas e para o funcionalismo público no dia 17 de junho, e geral no dia 26 - em Belo Horizonte tiraram das ruas os trabalhadores que poderiam andar de taxi", acrescenta o mandatário.

Sem muito otimismo para uma grande melhora da demanda no próximo ano, durante a disputa da Copa do Mundo, Reis vê poucas alternativas para que haja um salto de passageiros de taxis durante o mundial.

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