Foto do(a) blog

O dia a dia dos alunos do Curso Estado de Jornalismo Esportivo

Movimento da Copa das Confederações não agrada lojistas de Belo Horizonte

Busca por produtos relacionados à competição ainda é baixa

PUBLICIDADE

Por Guilherme Faria
Atualização:

Guilherme Faria - Especial para o Estado

PUBLICIDADE

BELO HORIZONTE - A quatro dias do início da competição, as vendas de produtos para a Copa das Confederações ainda não atingiram o resultado esperado para a maioria dos lojistas que trabalham com artigos voltados para a competição na Capital Mineira.  Com o baixo consumo dos belo-horizontinos, esses comerciantes apostam em quem vem de fora.

Gerente de uma loja de artigos para festas em um dos maiores shoppings populares de Belo Horizonte, localizado no centro da cidade, Gabriela Nazareth considera que a comercialização de suas mercadorias ainda não atingiram o resultado esperado. As prateleiras, cheias de chapéus, cornetas e outros brinquedos temáticos, ainda não recebem a atenção de muitos clientes. "As vendas ainda estão mornas. Fizemos um grande investimento para essa época e, por enquanto essas peças ainda não nos deram lucro", revela.

 

Produtos são menos vendidos que o esperado  Foto: Estadão

Nas lojas de material esportivo, o movimento também está estagnado. "Os produtos ainda não tiveram o apelo esperado. O bairrismo dos mineiros faz com que eles optem por comprar artigos do Atlético e do Cruzeiro", afirma Alexandre Azeredo, dono de uma loja localizada na Savassi, importante região comercial e turística que se situa na Zona Centro-Sul de Belo Horizonte.

Por sua vez, Júlio César Campolina, vendedor de outro estabelecimento de esportes na mesma área da cidade, acredita que a busca pelos produtos está baixa pela falta de empatia da seleção com o público. "Em outros momentos, como nas Copas do Mundo de 2006 e 2010, os torcedores estavam mais juntos da seleção, e essa mudança de relação refletiu em nossas saídas", relata o funcionário, que se mostra pessimista com os resultados.

Publicidade

Turismo é a esperança

De acordo com a Federação do Comércio de Minas Gerais, o mercado para os artigos diretamente relacionados à Copa das Confederações, até o momento,  apresenta desempenho aquém até de datas como Carnaval e Festa Junina. "A expectativa é que as vendas explodam na próxima semana, com a chegada de um maior número de turistas e com a incorporação do espírito da competição pelos moradores da cidade", afirma Gabriel Ivo, analista da instituição.

O trunfo dos comerciantes é o aumento da presença dos turistas na cidade, principalmente os estrangeiros. Azeredo, que já morou nos Estados Unidos, aposta na sinalização do seu estabelecimento para atrair quem vem de outros países. "Espero chamar atenção dos estrangeiros com os letreiros em inglês que serão plotados na vitrine até o início dessa semana", comenta.

Com a expectativa de que os forasteiros gastarão com souvenires, o lojista aposta nos produtos mais tradicionais para ganhar dinheiro com a competição. "Quem vem do exterior busca mais a camisa da Seleção Brasileira e a Cafusa - bola oficial do torneio", completa.

E a crescente chegada de viajantes de outras partes do mundo já pôde ser percebida na loja de festas de Gabriela Nazareth, que nos últimos dias atendeu a um turista francês e outro norte-americano. Para sua sorte, os dois tinham algum conhecimento em português, o que possibilitou a comunicação entre suas funcionárias e os estrangeiros.

Publicidade

Bom movimento nas grandes lojas

PUBLICIDADE

Quem não pode reclamar do fluxo de vendas causado pela competição é Hugo Cordeiro, gestor de lojas de uma grande rede de varejo de materiais esportivos. "Desde o início deste mês, a procura vem sendo grande pelos produtos da Copa das Confederações. O número nos surpreende, chega a ser maior que esperávamos", avalia Cordeiro, que revela que as saídas começaram a crescer em abril e maio e neste mês de junho atingiram um excelente nível.

Localizadas em shoppings centers e perto de hotéis - como é o caso da unidade em que Hugo trabalha - essas grandes lojas atendem ao perfil dos turistas. "Tanto os turistas de outras cidades mineiras, como para os de fora, preferem comprar em centros comerciais, já que os shoppings lhes oferecem conforto e segurança", pontua o pesquisador da Fecomércio-MG.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.