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Das sete colinas lisboetas direto para São Paulo

Opinião|Novo terremoto pode destruir Lisboa

Os avisos têm subido de tom ao longo dos últimos meses, sobretudo depois dos sismos que abalaram as cidades italianas, no final do ano passado. Lisboa é uma zona de risco quando a gente fala de terremotos, e apesar de ter sido há praticamente três séculos, a verdade é que todo mundo deveria ter presente o que aconteceu em 1755: um sismo destruiu praticamente toda a cidade, tendo o abalo sendo seguido de um maremoto que se acredita ter provocado ondas de cerca de 20 metros. Vários incêndios deflagraram na cidade, numa época em que a maioria dos edifícios era feita de madeira. Estima-se que morreram mais de 10 mil pessoas embora, não haja, naturalmente, números exatos.

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Atualização:

© 2016 Sambando em Lisboa. All Rights Reserved Foto: Estadão

Agora, vários especialistas avisam que se um novo sismo acontecer - e parece uma hipótese bastante possível - pelo menos um terço da cidade ficará totalmente destruída. A frase ganhou particular relevo porque foi dita essa semana por Mário Lopes, professor do Instituto Superior Técnico, perante a Câmara Municipal de Lisboa."É como estar em cima de um barril de pólvora e a mecha estar a arder", afirmou ainda.

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Já no ano passado João Appleton, engenheiro especialista em reforço sísmico, avisou publicamente que a maioria dos hospitais, por exemplo, podem ser destruídos. E que acredita que um sismo da magnitude do de 1755 deverá estar para breve.

Os especialistas acreditam ainda que vários ministérios sedeados na Baixa Lisboeta e até a própria Assembleia da República correm o risco de ficar em escombros em caso de terremoto. Defendem que não está havendo qualquer cuidado com as construções e ainda menos com as recuperações de habitações que estão sendo feitas sem prevenção de sismos.

E avisam que se um terremoto intenso atingir Lisboa, os danos vão ser ainda mais graves do que há mais de 200 anos.

Em frente aos deputados Mário Lopes subiu o tom das críticas e pediu vontade política para prevenir uma catástrofe, lembrando que "a Baixa é um marco da História da Humanidade que nós próprios temos andado a destruir", pode ler-se num trabalho publicado essa quinta-feira, 5, no jornal Público.

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Portanto, caro turista, é com um aperto no coração que me vejo obrigada a pedir que registre no maior número possível de fotos a Baixa lisboeta quando visitar o País. Porque se depender dos políticos e das forças da natureza, pouco restará da cidade - ou de nós, portugueses - quando um desastre desses acontecer.

Seja como for, a Câmara Municipal quer publicar um relatório que agregue as conclusões dos especialistas que convidaram para fazer uma série de reuniões sobre risco de terremotos em Portugal, avança também o jornal Público. Vamos esperar para ver - ou para morrer.

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Opinião por Margarida Vaqueiro Lopes
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