Agora, vários especialistas avisam que se um novo sismo acontecer - e parece uma hipótese bastante possível - pelo menos um terço da cidade ficará totalmente destruída. A frase ganhou particular relevo porque foi dita essa semana por Mário Lopes, professor do Instituto Superior Técnico, perante a Câmara Municipal de Lisboa."É como estar em cima de um barril de pólvora e a mecha estar a arder", afirmou ainda.
Já no ano passado João Appleton, engenheiro especialista em reforço sísmico, avisou publicamente que a maioria dos hospitais, por exemplo, podem ser destruídos. E que acredita que um sismo da magnitude do de 1755 deverá estar para breve.
Os especialistas acreditam ainda que vários ministérios sedeados na Baixa Lisboeta e até a própria Assembleia da República correm o risco de ficar em escombros em caso de terremoto. Defendem que não está havendo qualquer cuidado com as construções e ainda menos com as recuperações de habitações que estão sendo feitas sem prevenção de sismos.
E avisam que se um terremoto intenso atingir Lisboa, os danos vão ser ainda mais graves do que há mais de 200 anos.
Em frente aos deputados Mário Lopes subiu o tom das críticas e pediu vontade política para prevenir uma catástrofe, lembrando que "a Baixa é um marco da História da Humanidade que nós próprios temos andado a destruir", pode ler-se num trabalho publicado essa quinta-feira, 5, no jornal Público.
Portanto, caro turista, é com um aperto no coração que me vejo obrigada a pedir que registre no maior número possível de fotos a Baixa lisboeta quando visitar o País. Porque se depender dos políticos e das forças da natureza, pouco restará da cidade - ou de nós, portugueses - quando um desastre desses acontecer.
Seja como for, a Câmara Municipal quer publicar um relatório que agregue as conclusões dos especialistas que convidaram para fazer uma série de reuniões sobre risco de terremotos em Portugal, avança também o jornal Público. Vamos esperar para ver - ou para morrer.
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