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Movimentos, direitos, ideias

Herzog é homenageado com praça em São Paulo

Foi inaugurada nesta sexta-feira, 25, em São Paulo, a Praça Vladimir Herzog. Localizada nas imediações do prédio que abriga a Câmara de Vereadores, entre a Rua Santo Antonio e a Praça da Bandeira, ela homenageia o jornalista assassinado em 25 de outubro de 1975, durante a ditadura militar, nas dependências do DOI-Codi do 2.º Exército.

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Por Roldão Arruda
Atualização:

O nome anterior da praça era Jardim da Divina Providência. A mudança foi aprovada pelos vereadores em abril, a partir de um projeto apresentado pelo ex-vereador Ítalo Cardoso (PT).

 Foto: Estadão

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"É uma singela homenagem que estamos fazendo ao Vladimir Herzog, um dos símbolos da resistência democrática", disse o vereador José Américo (PT), presidente da Casa, durante a inauguração. Ivo Herzog, filho de Vladimir, que tinha nove anos quando o pai foi morto, disse que a família se sente honrada com a homenagem: "É uma forma de mostrar o símbolo que ele se tornou na luta contra a ditadura."

Com a mudança do nome, a praça também ganhou um mosaico, feito por estudantes, baseado na obra 25 de Outubro, do artista plástico Elifas Andreato. Na avaliação do vereador Gilberto Natalini (PV), presidente da Comissão da Verdade da Câmara Municipal, a homenagem a Herzog é também uma homenagem a todos que lutaram em defesa da democracia: "A morte dele marcou um momento em que o povo brasileiro passou da passividade para atos de coragem para enfrentar a ditadura."

A morte de Herzog nas dependências do Exército provocou um forte movimento de repúdio à ditadura militar em toda a sociedade. A versão oficial de que ele havia cometido suicídio agravou ainda mais a sensação de arbítrio.

Herzog era filiado ao PCB. Trabalhava na TV Cultura quando foi convocado e compareceu voluntariamente à sede do órgão do Exército que investigava as chamadas atividades subversivas, de oposição à ditadura, na manhã do dia 25 de outubro de 1975. No mesmo dia, à tarde, foi encontrado morto em sua cela. Segundo as autoridades teria cometido suicídio.

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A versão do suicídio foi desmentida por companheiros de prisão. Em 1978, ainda durante a ditadura, uma decisão judicial declarou a União responsável por sua morte. Em abril deste ano a família conseguiu finalmente um novo atestado de óbito, com a substituição da causa da morte. De acordo com o novo documento, Herzog não morreu por "asfixia mecânica por enforcamento", e sim por "lesões e maus tratos". 

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