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Grupo Araguaia localiza outra ossada na região da guerrilha

O Ministério da Defesa divulgou nesta sexta-feira, 26, que o Grupo de Trabalho Araguaia "recolheu mais um resto mortal" na região da Guerrilha do Araguaia, ocorrida no início da década de 1970. Segundo a nota da assessoria de imprensa, o material foi enviado "para análises periciais em Brasília".

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Por Roldão Arruda
Atualização:

Esta foi a quarta expedição do grupo neste ano à região dos municípios de Xambioá (TO) e São Geraldo do Araguaia (PA). O "resto mortal" foi encontrado num antigo cemitério de São Geraldo.

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Em junho o grupo havia localizado restos mortais de outras duas pessoas. Tanto naquela época quanto agora a notícia não teve nenhuma reação positiva entre os familiares dos desaparecidos.

Desde a década de 1990 diferentes grupos já realizaram expedições à região. No total, foram localizadas 25 ossadas. Só uma foi identificada. "Estão colecionados restos mortais em Brasília, sem concluir o trabalho de identificação", diz a ex-guerrilheira Crimeia de Almeida, companheira de André Grabois, um dos integrantes da lista de desaparecidos.

 Foto: Estadão

 

Crimeia é uma das signatárias da ação que está sendo movida por familiares na Corte Interamericana de Direitos Humanos, vinculada à OEA, exigindo explicações do Brasil sobre a demora na localização e identificação dos desaparecidos. Eles acusam o governo de trabalhar sem métodos científicos, desperdiçando recursos públicos. Seria mais eficiente e econômico, argumentam, se as Forças Armadas abrissem seus arquivos secretos e revelassem quais os lugares onde foram deixados os corpos dos guerrilheiros.

A quarta expedição do ano durou 12 dias. Uma parte dos trabalhos foi acompanhada pela psicanalista Maria Rita Kehl, membro da Comissão Nacional da Verdade e coordenadora do grupo de trabalho que apura a violação de direitos humanos contra camponeses e populações indígenas.

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Além dos desaparecidos, a comissão está interessada na história de moradores que foram vítimas de violações de direitos humanos durante as campanhas realizadas pelo Exército para o combate à guerrilha. Em 2009, a Comissão de Anistia determinou indenizações a 44 camponeses paraenses (ou seus parentes) por terem sido torturados, mortos ou perdido as propriedades durante a ação dos militares.

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