Semana passada, primeiro ele comentou que estava pensando em parar. A declaração foi feita em meio à bagunça no clube, eliminação na Libertadores e pressão dos torcedores, que decretaram o fim do amor pelo atacante e o início de um divórcio desrespeitoso. Ronaldo foi chamado de gordo na pior concepção da palavra. Já não era mais um gordo com conotações carinhosas. Depois, disse que não daria esse gostinho àquela meia dúzia de arruaceiros que falavam em nome da enorme torcida do Corinthians.
Parou para se recuperar fisicamente no CT Joaquim Grava. Viu de longe, pelo menos das câmeras, a decisão do amigo Roberto Carlos de se mandar, perseguido e ameaçado pelos baderneiros. Não demorou muito para fazer o mesmo. E foi soltando as informações para os mais chegados. O anúncio oficial será feito hoje. Ronaldo sai de cena para entrar para a história.
Só lamento que ele não tenha parado um pouco antes. O jogador de futebol não sabe quando parar. Pelé soube. Zidane soube. A maioria não sabe. Ronaldo não merecia passar pelo que passou no Corinthians nas últimas semanas, talvez nos últimos meses. E se futebol é mesmo momento, seu momento era ruim. Agora se futebol for história, Ronaldo nunca será esquecido.