Existia a crença de que eles fossem soltos após a Gaviões da Fiel entregar para a Justiça brasileira um culpado confesso. Ocorre que isso não aconteceu e nada mudou em Oruro.
Pressionado, o Corinthians resolveu também pressionar quem pode ajudar no caso, até como uma forma de se justificar diante de sua torcida, ou quem os dirigentes do clube entendem que pode ajudar os 12 de Oruro. Diplomatas brasileiros encabeçam essa lista. Quem também anda recebendo ligações nesse sentido são os dirigentes de emissoras de tevês que têm os direitos de transmissão dos jogos da Libertadores da América. O Corinthians tenta engrossar o caldo para livrar das grades seus torcedores, como se bastasse fazer pressão para que a Justiça, do Brasil ou de fora dele, mudasse de caminho e abrisse mão de prender, investigar e condenar responsáveis. Esquece-se, por vezes, que um menino morreu dentro do campo de futebol, de modo que o assunto não deve ser tratado em outras esferas, o que parece começar a ocorrer. Espero o dia em que vão dizer que o culpado era o garoto boliviano morto pelo sinalizador.
Com o tempo, os argumentos também vão se refazendo. Os 12 de Oruro se dizem ameaçados na prisão, convivendo com pessoas diferentes deles e, portanto, perigosas. Temem por suas vidas. Em face disso, a partir dessa semana, o governo brasileiro vai intensificar sua tratativas e pedidos para que a Justiça boliviana esteja atenta para qualquer tipo de maus tratos no xadrez. Se colar, será pedida a transferência dos acusados ou para um lugar 'mais brando' ou até mesmo para uma prisão domiciliar na própria Bolívia.