Marin e Del Nero são parecidos na forma de pensar e de conduzir o futebol, além, claro, de ambos terem saído de redutos paulistas. Se não vai mudar nada na CBF, imagino que teremos de continuar convivendo com os desmandos de alguns dirigentes, com problemas na arbitragem, com decisões no tapetão, com clubes devendo salários e jogadores desempregados, com brigas de torcidas e mortes, enfim, com tudo isso que informamos quase que diariamente.
O novo presidente da CBF, que só assumirá o posto no ano que vem, se tudo correr conforme o enredo, não é um revolucionário, longe disso, como ele mesmo disse. Mas também o continuísmo não é o que se espera de um novo dirigente, sobretudo quando se sabe que muitas coisas precisam mudar. A bola está quadrada no futebol brasileiro. Toda mudança enche o povo de esperança, no fundo, no fundo, também quero acreditar que algo de diferente e de mais profissional vai nascer nessa nova fase do futebol.
Se tiver coragem, Del Nero vai mexer em vespeiros como a falência financeira dos clubes e o enriquecimento da seleção, no poder supremo do STJD, no calendário do futebol, nas dívidas dos clubes com os jogadores e instituições, nos formatos de alguns regionais - até porque já se sabe que os Estaduais não vão desaparecer em detrimento de uma Liga mais forte e profissional. Serão cinco anos no comando, os primeiros, e o futebol brasileiro não pode perder esse tempo.