Ora. Claro que não. Estão enganados. Absurdamente enganados. Nascemos num País onde não há nada mais sagrado do que uma bola, ou do que uma partida de futebol, mesmo entre os amigos. É religião. Não se perde por 7 a 1 numa semifinal de Copa sem que o povo brasileiro se abale, perca o chão. Fomos humilhados. Esses jogadores deveriam ao menos reconhecer isso. Se parte do elenco vai dar o troco em 2018, isso é outra coisa. Mas era preciso reconhecer nossa dor, a dor de uma nação. Admitir o mal feito. A lambança de 10 minutos, que fosse, ou de uma preparação toda. Mas nem isso foi reconhecido no vestiário.
O que a seleção fez no Mineirão, diante de sua gente, foi pior que a derrota da final da Copa do Mundo de 1950. Pior. Porque quando o País entrou no Maracanã naquele dia, 64 anos atrás, sabia-se que poderia levantar a taça. Havia uma chance. Essa seleção nem nos deu essa oportunidade. Paramos antes. Paramos de forma abrupta. Paramos sem entender direito o que estava acontecendo em campo. Paramos sem reconhecer nossos erros, como se tudo estivesse nos conformes. O torcedor brasileiro no estádio aplaudiu a Alemanha. O torcedor alemão tentou empurrar o Brasil para seu gol de honra. Humilhante. Tiveram pena da gente.
Não foram 10 minutos de pane. Foram 10 anos de estagnação, de jogadores que não atuam mais com a ginga do brasileiro, de treinadores que se perderam na vontade de ganhar a qualquer custo, de equipes montadas e desmontadas quase no mesmo dia, de dirigentes que pararam no tempo, de um futebol que não nos pertence. Empobrecemos em campo.