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Futebol, seus bastidores e outras histórias

Opinião|Luxemburgo amarga segunda demissão no ano. O Fluminense também mandou embora Abel Braga

Luxemburgo tem explicações para todos os seus trabalhos ruins nos últimos tempos. Foi esculachado no Grêmio pelo presidente Fábio Koff, que teve de aceitá-lo no cargo trazido pelas mãos do dirigente anterior, esse sim responsável pela contratação do treinador para recomeçar a história do time gaúcho em sua nova arena. Misturou birra política e falta de conquistas, mais birra do que caneco para demitir Luxa.

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Atualização:

Agora, é o Fluminense que demite o treinador. Ora, aceito o argumento de que Luxemburgo pode ter perdido a mão em algumas partidas, em alguns momentos, mas tirá-lo do cargo faltando quatro rodadas para o fim da temporada, achando que outro comandante vai dar conta do recado é a maior prova de todas de que o futebol brasileiro ainda não deixou sua fase de amadorismo. Isso é pior que levar o jogador para tenda de umbanda a fim de fazê-lo se recuperar de contusão. Não dá mais. Discuto e aceito todos os argumentos, repito, de que Luxemburgo possa ter perdido seu caminho, seu foco, seu interesse, seu prazer em dirigir um time, embora ele mesmo admita seu sentimento competitivo vivo dentro de si. Esse é o Luxemburgo que conheço.

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Dorival Júnior deve assumir o time das Laranjeiras. E alguém vai me convencer de que Dorival Júnior, com toda a sua maturidade, é melhor que Luxemburgo?

O futebol e seus cartolas precisam parar com isso. O Fluminense demitiu Abel Braga e Luxemburgo na mesma temporada. Há de se pensar em algum momento nesse caminho que a culpa não é somente do treinador. Sempre defendi que o trabalho do técnico não deve passar de 20% do sucesso de uma equipe. Quem ganha jogo e se organiza dentro de campo, na maioria das vezes, são os próprios jogadores, que devem fazer a leitura rápida do cenário de um jogo para o outro. Mas é sempre mais fácil dar cartão vermelho para o treinador porque de outra forma a culpa recairia nas costas da diretoria do clube, que geralmente forma equipes fracas e esperam que o técnico faça milagres.

O pior é que não é somente o Fluminense que navega por essas águas. O Vasco, seu vizinho no Rio, e tantos outros fizeram a mesma coisa: trocaram de treinador na reta final do Campeonato Brasileiro. O Vasco demitiu Dorival Júnior e contratou Adilson Batista. Pode até dar certo, mas aí sim poderemos chamar de bruxaria porque não houve nenhum planejamento. Times sérios e organizados não trocam de treinador a cada fase difícil, muito menos nos acréscimos.

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Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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