David Luiz, nosso grande zagueiro, parecia alucinado contra os holandeses. E tantos outros que abandonaram qualquer comando tático para atacar sem direção no Mané Garrincha. O Brasil da Copa mostrou também a fragilidade de alguns atletas, como Hulk, Fred, Jô e até Oscar, que só melhorou quando deixou a beira do gramado para correr pelo meio. Contra a Holanda, fez sua melhor apresentação.
Os erros do Brasil também passaram pelas mãos de Felipão, que não foi nem de longe o Felipão de 2002 ou outro qualquer. Tinha em Neymar sua grande aposta e esperava contar com ele até o fim. Convenceu os jogadores de correr pelo craque e quando o craque se foi, a seleção infartou. Uma reformulação de ideias precisa nascer após esse fracasso, para que o futebol brasileiro volte a ser o que sempre foi. Não jogamos mais com alegria. Essa alegria a gente vê agora nos rivais, acreditem, da Europa, como alemães e holandeses. Com ou sem 'intervenção' do Estado, a CBF tem de repensar seu modelo de gestão, desgastado há anos. E nossos profissionais do futebol precisam ser melhores do que são.
COPA QUE DEU CERTO Mas se faltou futebol à seleção brasileira, sobrou entusiasmo aos que organizaram e colocaram a Copa de pé. Chegamos na grande final entre Alemanha e Argentina com o sentimento de dever cumprido. O Brasil fez uma Copa que deu certo. Todos os estádios funcionaram satisfatoriamente, até mais que isso, o País não parou nos protestos das ruas, os aeroportos deram conta do recado (e digo isso muito tranquilamente porque na correria atrás da seleção brasileira nos últimos 49 dias, fiz com a equipe do Estadão mais de 15 voos), os torcedores se divertiram e as seleções adoraram o País, como vimos nos relatos, por exemplo, dos alemães.
É preciso agora acompanhar as contas de festa e cobrar o que gastaram mais do que deveriam. Assim, todos amadurecemos.