Andrés deixa claro que não compactua das mudanças e lamenta a troca de comando técnico do time nacional. Mais que isso: ele não está disposto a ocupar um cargo decorativo na CBF, como tem sido desde que Ricardo Teixeira abandonou o barco e entregou o comando de tudo a Marin. Antes ouvido em todas as determinações sobre as seleções, Andrés perdeu terreno para Marco Polo del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol e homem de confiança de Marin. Quem também nesta segunda teve a polícia federal em seu encalço, segundo o próprio Del Nero, por motivos pessoais.
Andrés virou um acompanhante na CBF, um ministro sem pasta, um dirigente sem peso nas decisões importantes. Não tem esse perfil.
O cenário não poderia ser pior nesse momento para a CBF. Sem técnico e com o diretor de seleções apontando a bagunça armada pela CBF nos últimos dias, não seria demais supor também que o Brasil nesse momento não tem um time. Mano demorou e errou muito nesses dois anos à frente do grupo. Mas construiu uma base após o fracasso de Dunga na África. Base que agora não há qualquer certeza de que seja aproveitada pelo novo escolhido. Volta-se à estaca zero.
Marin garante, e aí Andrés também, que a CBF não se mete na convocação dos jogadores. Pelo menos era assim com Mano Menezes. Há dúvidas. A volta de jogadores experientes, como Kaká, por exemplo, teria sido um, digamos, pedido do próprio presidente Marin. O fato é que para o mundo, às vésperas de uma competição-teste para a Copa de 2014, o Brasil tem um diretor de seleções insatisfeito e contrariado e vago o cargo mais cobiçado do mundo, o de técnico da única seleção pentacampeã do mundo. É assim que nos apresentamos nesse momento.