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Futebol, seus bastidores e outras histórias

Opinião|Brasil x Holanda deve ser encarado como mais do que um simples jogo para 'cumprir tabela'

A expressão 'cumprir tabela' é usada no futebol quando um time não tem mais o que fazer na competição, mas precisa realizar os jogos que lhe faltam no calendário. É exatamente isso o que fazem Brasil e Holanda neste sábado, no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília. As duas seleções voltam a campo, no jogo 63 da Copa do Mundo, de ressaca, ainda abaladas pela eliminação na fase anterior. E nada do que façam mudará a história desse Mundial.

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Atualização:

Os torcedores também relatam isso, um pouco pelo sentimento de fracasso de seus times na semifinal, mas muito por causa da falta de vontade e disposição dos próprios jogadores e treinadores. O jogo sem graça, no entanto, pode se transformar em uma partida interessante e até emocionante se a gente não levar em conta que ela não vale nada, como, de fato, não vale. Terceiro lugar e nada no futebol, e sobretudo para essas duas bandeiras que entram em campo no Mané Garrincha, é a mesma coisa, diferentemente do que disse Daniel Alves sobre o placar da surra levada dos alemães em Minas. "7 a ' ou 1 a 0 é a mesma coisa. Era um jogo eliminatório e qualquer derrota, por qualquer resultado, nos deixaria fora da competição." A lógica é verdadeira, mas o sentimento é falso. A goleada não foi comum. Foi sim vexatória e inesquecível. Daniel Alves agora deve saber disso devido à repercussão que o resultado teve.

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Do lado do Brasil, há dois personagens motivados: Felipão e Neymar. O treinador acha importante ser o terceiro melhor país da Copa. Também entende que uma vitória na última partida pode fazer bem a esses jogadores que correm o risco, não todos, mas alguns deles, de ser rotulados pela eliminação. É sua missão levantar o moral da tropa. Felipão sabe que uma vitória não mudará em nada o que aconteceu com o Brasil, mas que uma nova derrota terá o dissabor de piorar as coisas.

Neymar pensa igual. O jogador, que se juntou na quinta-feira ao elenco novamente após a fratura na terceira vértebra da coluna, defende os companheiros e diz que é obrigação de todos fazer uma despedida honrosa da Copa. Os jogadores, no entanto, se pudessem, não jogariam. Não há ânimo para isso.

O técnico Louis van Gaal também já disse não ver sentido algum na decisão do terceiro lugar de uma Copa do Mundo. Para ele, a equipe derrotada desta partida deixará a competição com duas derrotas consecutivas, e com o sentimento de fracasso acentuado, quando na verdade foi uma das quatro melhores do torneio. Nesta sexta, ao conhecer o estádio em Brasília, ele mudou o discurso ao afirmar que poderia ser interessante ganhar do anfitrião e de uma seleção pentacampeã. O torcedor certamente gostaria de ver um jogo com a tradição dessas duas seleções.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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