Esse assunto deveria ter sido discutido antes, na assinatura do contrato. Ou ao menos ter acenado com a possibilidade de cumprir a lei do país-sede. Tudo bem que ninguém pensa nisso no calor da escolha de seu país para uma Copa do Mundo. Os responsáveis querem é festejar a conquista e assinar logo a papelada. E mãos à obra. Foi o que fizeram.
A Fifa tem dois negócios: organizar o futebol ao redor do mundo e ganhar dinheiro. Portanto, ela não vai abrir mão dos US$ 100 milhões. Na África do Sul, divulga a reportagem, a entidade de Joseph Blatter faturou algo perto dos US$ 4, 2 bilhões. É dinheiro! Aqui no Brasil, sua intenção é lucrar um pouco mais.
Ocorre que há um impasse nessa discussão, como o blog escreveu dias atrás. De um lado existe a legitimidade da Fifa de ganhar seu rico dinheirinho e do outro uma lei brasileira, estadual, que determina a obrigatoriedade da meia-entrada para estudantes e idosos acima dos 60 em qualquer atividade de entretenimento.
E agora? A Fifa e os representantes do Brasil precisam decidir rápido o que fazer porque a entidade necessita começar a vender os ingressos pela internet, como sempre faz. Estamos falando de clientes do mundo todo. Gente que quer vir para o Brasil para acompanhar a Copa.
Os representantes brasileiros do evento em suas cidades-sedes ainda não sabem o que fazer diante do dilema. Entendem que as duas partes têm lá suas razões. Só há uma saída então: assumir os US$ 100 milhões que seriam da Fifa. Os governos pagam isso e fazem o uso da meia-entrada. A Fifa não vai ceder. Ela nunca cede.
Se isso acontecer, só espero que o povo brasileiro seja informado. Difícil é deixar de pensar que essa bomba vai estourar no colo do contribuinte.