Ocorre que o Ministério do Trabalho e Emprego, na voz de seu comandante Luiz Antônio Medeiros, entende que a interdição não se faz necessária nesse momento, contrariando a orientação de seus colegas . Para dizer isso, Medeiros leva em conta o relatório de sua última vistoria, que não é o mesmo do novo documento que receberá em breve da visita ao Itaquerão desta quinta.
O pivô dessa nova discussão é nobre, diga-se: a segurança dos operários. Como todos sabem, três trabalhadores já morreram na Arena Corinthians. Três tragédias. O estádio de abertura da Copa do Mundo, vedete da competição ao lado do Maracanã, não suportaria mais mortes tampouco atrasos em suas obras. A Fifa, a CBF, o ministério do Esporte, Brasília, a Odebrecht, o COL, todos os envolvidos o palco corintiano não permitirão que a obra pare, até porque a arena precisa ser entregue para a Fifa dia 20, já com cinco meses de atraso. Uma nova interdição colocaria tudo em xeque.
O mais engraçado (e trágico) é ler a declaração do próprio Medeiros dizendo que 'há sim irregularidades' no Itaquerão, como há em muitas outras obras pelo Brasil, que medidas estão sendo tomadas, como multas, mas que não vê necessidade de interdição na Arena Corinthians por isso. O que temos então é uma disputa entre os procuradores do Ministério Público do Trabalho e os procuradores do Ministério do Trabalho e do Emprego.
Imagino que haverá muita pressão pela continuidade das obras. Não acredito que há menos de um mês da Copa do Mundo, o governo permita qualquer nova alteração no cronograma do Itaquerão.