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A força móvel

Dá para resolver tudo no aplicativo?

Por Renato Cruz
Atualização:
 Foto: Estadão

Minhas filhas adolescentes quase não usam o Facebook. No máximo, a rede social serve para falar com colegas sobre assuntos relacionados à escola. O e-mail então, quase não veem. Para muitos da faixa etária delas, o principal meio de comunicação são aplicativos de celular. Isso não quer dizer que o Facebook esteja mal com esse público. Depois de ter comprado o Instagram e o WhatsApp, acabou concentrando boa parte da comunicação dos adolescentes. Outro aplicativo importante para quem tem menos de 20 anos é o Snapchat, que também foi alvo de negociação do Facebook.

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Esse comportamento reflete a transição do mundo dos computadores para o dos dispositivos móveis. Na semana passada, o Instagram anunciou ter atingido a marca de 300 milhões de usuários por mês, ultrapassando o Twitter. O aplicativo de fotos do Facebook aumentou sua audiência mensal em 100 milhões de usuários num período de nove meses. Apesar desse crescimento, o Instagram ainda é o que tem menos usuários entre os aplicativos da rede social. O Messenger tem 500 milhões, o WhatsApp 600 milhões e o Facebook móvel 1,1 bilhão.

A guinada para a mobilidade é acentuada em consumidores mais novos, mas pode ser observada em toda a indústria. Devem ser vendidos 52 milhões de smartphones no Brasil neste ano, segundo projeção da consultoria IDC. Esse número representa 74,8% dos celulares que devem ser comercializados por aqui. A virada do mercado, em que os aparelhos inteligentes se tornaram maioria, aconteceu no ano passado, quando os smartphones foram 52,9% do total, somando 36 milhões de unidades. Ou seja, num ano, houve um crescimento de 44% nas vendas de smartphones.

O mesmo fenômeno pode ser observado no mercado de microcomputadores. Devem ser vendidos 9,9 milhões de tablets no País neste ano, comparados a 3,9 milhões de computadores de mesa e 6,6 milhões de computadores portáteis. A venda de tablets deve avançar 19% em 2014, frente a uma queda de 31% em desktops e de 20% em notebooks.

Com seus dispositivos móveis, as pessoas têm produzido e compartilhado cada vez mais fotos, áudio e vídeo. Elas escrevem pouco e, por isso, o smartphone e o tablet são suficientes. Mesmo no WhatsApp, tem gente que prefere gravar mensagens de voz e transmiti-las, no lugar de escrevê-las. Mas, se é assim, por que não telefonar de uma vez? Porque a natureza assíncrona dos serviços de mensagens facilita as coisas. Você grava o que quer dizer e envia. A pessoa do outro lado ouve e responde quando tiver tempo.

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Grupos de amigos que foram criados no Facebook migraram para o WhatsApp. A rede social permite esconder os grupos de quem não esteja participando, mas, mesmo assim, o WhatsApp acaba oferecendo uma sensação maior de privacidade.

Fibra

Quer dizer que as comunicações fixas estão com os dias contados? Longe disso. A internet está se tornando uma fonte cada vez mais importante de vídeo nas casas. Segundo Rogerio Takayanagi, presidente da TIM Fiber, os 130 mil clientes da empresa de banda larga por fibra óptica consomem mais dados num mês do que todos os 75 milhões de clientes móveis da operadora.

Vídeo

Houve um tempo em que a capacidade das redes de banda larga era consumida por sistemas de trocas de arquivos, como o BitTorrent, que as pessoas usavam para baixar filmes e músicas, na maioria das vezes piratas. Recentemente, serviços legalizados de streaming - como o Netflix, em que o cliente vê o vídeo sem ter de baixá-lo antes - passaram à frente. Em novembro, o streaming consumiu quatro vezes mais capacidade de rede da TIM que os serviços de trocas de arquivos.

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No Estado de hoje ("A força móvel", p. B10).

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