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Condomínios podem tornar entorno mais agradável e seguro; requalificação urbana é ponto central do Plano Diretor Estratégico

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Atualização:

Gustavo Coltri

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O novo Plano Diretor Estratégico de São Paulo tem a pretensão de mudar para melhor os espaços públicos da cidade, ordenando o crescimento imobiliário pelo município com maior integração das edificações ao tecido urbano. Além das determinações legais, os condomínios prontos, com investimentos ou com um pouco de boa vontade, também podem contribuir.

A limpeza, a iluminação e o embelezamento das áreas externas dos prédios, além de ações coletivas com a vizinhança, são alguns dos pontos centrais para a atuação das comunidades condominiais, segundo profissionais do mercado. E a maior parte das medidas não envolve grande gasto de dinheiro - um tema sempre polêmico.

Algumas das medidas possíveis para melhorar o aspecto das vias e torná-las mais seguras incluem a varrição das calçadas e a colocação de lâmpadas nos passeios para mantê-los bem iluminados à noite, segundo o diretor de relações institucionais da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (Aabic), Eduardo Zangari.

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Paisagismo pode tornar passeios públicos muito mais acolhedores (FOTO: MARCIO FERNANDES/ESTADÃO) Foto: Estadão

A essa lista, o arquiteto Marcelo Rosset acredita ser útil adicionar o esforço para manterem também limpas e sem pichações as paredes externas. "A manutenção dos caixilhos e vidros em geral e o nivelamento dos pisos das calçadas também podem ser feitos", diz.

As ações colaborativas também podem ajudar. A gerente geral do Grupo Oma, Gisele Fernandes, diz que alguns residenciais, para  racionalizar custos, unem-se aos vizinhos para a contratação de empresas de vigilância para a rua. "Nossa recomendação é que, antes de qualquer contratação nesse sentido, o síndico tenha cautela,  reúna os condôminos em assembleia e delibere a respeito."

Vigilante. Outros empreendimentos, segundo Gisele, compartilham parte de seus sistemas de monitoramento por câmera com prédios do entorno, criando uma rede coletiva de alertas em casos de risco. No entanto, diz a especialista, há discussão se essa medida não acabaria ampliando a vulnerabilidade dos edifícios, na medida em que expandiria as informações individuais de rotina de cada conjunto.

Não se restringindo apenas ao quesito segurança, os prédios podem se responsabilizar pela adoção de praças e áreas verdes do município, transformando lugares abandonados em áreas de lazer, na opinião do diretor de condomínios da Auxiliadora Predial, Júlio Herold.

"Especialmente os prédios mais antigos, sem muita estrutura, podem se beneficiar disso. E muitos se organizam em ações comunitárias." Pessoas físicas e jurídicas podem adotar uma área pública desde que autorizados pela municipalidade. O decreto municipal 52.062, de 30 de dezembro de 2010, permite a celebração de termos de cooperação entre os interessados e a Prefeitura (mais informações no site www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras).

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De maneira mais informal, os conjuntos podem se articular para garantir coleta seletiva de lixo. "Às vezes, não compensa para as coletoras o volume de lixo produzido por um condomínio pequeno, mas vale a pena quando vários se juntam", diz Eduardo Zangari, da Aabic.

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Investimento. Para quem pode gastar com melhorias, aumentar a integração dos empreendimentos em relação a rua pode ser uma alternativa. Alguns edifícios recuam o gradil e deixam parte dos jardins internos em contato com o exterior, segundo Zangari. Outros residenciais trocam portões de ferro e muros altos por esquadrias de vidro, deixando trabalhos paisagísticos à mostra - embelezamentos verdes que exigem manutenção periódica.

O investimento em paisagismo externo pode ser outra alternativa. O paisagista Gilberto Elkis, da Gomez Nogueira Construtora, recomenda a colocação de trepadeiras ou revestimentos em pedra nos muros como uma opção para cobrir o aspecto cinzento da cidade.

Por outro lado, os jardins de calçada, desde que respeitem a legislação municipal (mais informações no site das Subprefeituras), podem dar outra contribuição para a melhora do aspecto dos entornos dos prédios. "Mas devem ser usadas espécies de baixa manutenção", diz Silvio Sanchez, da Grama e Flor Paisagismo. Clusia, Thunbergia erecta e os viburnos podem ser plantas úteis para os locais de passagem, segundo ele.

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