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"Não podemos planejar a cidade em função dos hábitos", diz relator do Plano Diretor

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Atualização:
Nabil Bonduki. Vereador diz que haverá alternativas à restrição de vagas de garagem (Imagem: Nilton Fukuda/Estadão) Foto: Estadão

GUSTAVO COLTRI

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O texto substitutivo do novo Plano Diretor Estratégico de São Paulo, com previsão de divulgação para a próxima quarta-feira, deve manter as restrições de vagas de garagem nos eixos de locomoção da cidade, segundo o vereador Nabil Bonduki, relator do documento na Câmara dos Vereadores.

Pela nova regra, cada residência de terrenos próximos a linhas de trem, metrô, corredores de ônibus e grandes avenidas poderá ter, no máximo, uma vaga de estacionamento como área não computável para efeitos de potencial construtivo.

"Será possível oferecer mais vagas, mas o empreendedor terá de deixar de fazer apartamentos", explica Bonduki.

Ele também lembra que, fora dos eixos, não haverá limitações para os espaços destinados aos veículos. A tendência, diz o parlamentar, é de que unidades com maior metragem e mais caras - produtos de nicho - se desenvolvam nessas áreas. Atualmente, os imóveis com quatro dormitórios, em média, demandam mais garagens.

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Bonduki acredita que a possibilidade de oferecer edifícios sem estacionamento nos eixos possa baratear as unidades, exatamente pela ausência dos subsolos. Por outro lado, ele julga factível o desenvolvimento de produtos em que algumas unidades não possuam estacionamento, e outras acumulem vagas. "Esse mix é possível."

Crítica. Para o presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA), Eduardo Sampaio Nardelli, a medida proposta pela Prefeitura é prejudicial. "Há um erro brutal de achar que, por meio da legislação, vai se mudar a situação que está aí. As pessoas têm carro porque precisam se locomover e não encontram outra maneira", diz. Ele acredita que o mercado poderá decidir o perfil dos produtos e a oferta de vagas quando a condição de deslocamento na cidade melhorar.

"Não podemos planejar a cidade em função dos hábitos", responde Bonduki, lembrando que a infraestrutura de transporte tem a perspectiva de crescimento na próxima década.

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