Início de ano é um convite à reflexão e à renovação. Nos oferece uma nova perspectiva, é tempo de firmarmos novos compromissos, novos projetos ou reafirmamos os antigos.
Os objetivos nos guiam, nos impulsionam, nos dão energia, nos apontam a direção do futuro desejado. Não vivemos sem a perspectiva do futuro. Para tornarmos viáveis nossos objetivos temos que, como as empresas, realizar o nosso planejamento, as ações no tempo que nos possibilitarão atingi-los.
No entanto, isto não basta. Vejo profissionais que executam este exercício com maestria, têm projetos, traçam objetivos realistas e bem definidos, planejam cuidadosamente suas ações e se empenham para atingirem suas metas. Mas, quando conseguem, esta conquista não vem acompanhada da satisfação que tanto almejam. Por quê?
Creio que o segredo está nos valores que norteiam tais objetivos. Toda crise ou insatisfação na carreira tem por trás uma crise de valores. Valores se constroem ao longo do tempo em cima daquilo que acreditamos ser verdadeiro.
Nossas crenças constroem nossos valores e os valores norteiam as nossas ações. Nosso sistema de valores pessoais é construído na medida em que nos apropriamos ou validamos os valores herdados socialmente, pois só assim passam a ter sentido para nós. Valores que brotam de dentro, de convicções profundas que construímos ao longo de nossas experiências, e não daqueles herdados ou inculcados por uma sociedade pautada no consumo e no poder irrefletidos, no culto da imagem, no mundo das aparências, no sucesso fácil, na promessa da felicidade e do prazer imediatos.
Podemos até mesmo dizer que a vida é o processo de nos desvincularmos dos valores impostos e de construirmos os nossos próprios que são aqueles que vão dar sentido de fato à nossa existência e através dos quais nos tornamos singulares e únicos.
Estes são os únicos capazes de nos trazer a real satisfação e o tão sonhado senso de realização profissional. Uma carreira bem sucedida se pauta pela identificação e fidelidade aos valores pessoais, pois somente eles inspiram o desenvolvimento integral do potencial individual, gerando então um sentimento genuíno de satisfação.
Um bom ano a todos!
*Professora da PUC e psicóloga
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