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Informação para sua carreira

Opinião|O momento certo de resistir às tentações

Carnaval marcado para mais tarde do que o habitual, Copa do Mundo no Brasil entre junho e julho e eleições presidenciais em outubro. Este ano será atípico em relação ao mercado de trabalho, às (re)colocações profissionais e às definições de carreira, na avaliação de especialistas de recursos humanos.

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Atualização:

A professora de gestão de pessoas Aline Souki, da Fundação Dom Cabral, destaca que, embora o rimo de contratações no País tenha desaquecido desde o ano passado, com maior dificuldade de recolocação para os cargos de nível executivo, as empresas não deixarão de contratar neste ano nas funções com reconhecida importância para o sucesso dos negócios.

Aline orienta que os profissionais não sigam o velho ditado de iniciar o ano somente depois do carnaval, especialmente porque, em 2014, ele ocorrerá em 4 de março. "Comece agora, no mês de janeiro, a fazer contatos e preparar o currículo."

 Foto: Estadão

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FOTO: Wilton Junior/Estadão

Oportunidades. O gerente executivo da área de finance da empresa de recrutamento Talenses, Paulo Moraes, também acredita que as oportunidades possam surgir com antecedência este ano. Ele sugere a elaboração de um planejamento com urgência para quem está buscando um novo emprego ou uma recolocação.

"As empresas precisam acelerar os processos para não ter surpresas no fim do ano. O nível de prioridade nos meses sem evento será maior. Nossa expectativa é de que, desde já, as companhias comecem a contratar mais, produzir mais", diz.

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Para o diretor da empresa de recrutamento e seleção Hays, Rodrigo Soares, a procura das organizações por colaboradores já está em pleno curso desde o final do ano passado. "Percebemos que a antecipação da demanda por vagas vem ocorrendo desde a segunda quinzena de outubro. Existem empresas que já entenderam as dificuldades do ano e anteciparam as contratações para janeiro."

Iniciativa. Na avaliação Soares, os profissionais mais proativos, que não esperam passivamente as coisas acontecerem e já estão em busca de uma nova colocação terão as melhores oportunidades no mercado. Até porque, segundo ele, ainda há muita gente por aí que continua acreditando que o ano começa apenas na segunda semana de janeiro ou até mesmo depois das festanças carnavalescas.

"O mercado não para. Pode haver uma diminuição do ritmo, mas não para completamente", diz. Ele conta que ainda há bastante demanda para os setores de serviços, ligados a infraestrutura, área de construção, com projetos iniciados em dezembro para abertura de vagas e início já neste mês.

De acordo com o gerente da Talenses, o ideal é o candidato a um emprego acionar de imediato a rede de contatos para que o processo aconteça de uma maneira mais natural e tranquila. "Saiba desenvolver sua rede de relacionamento, mantenha aquecido os contatos, informe sobre sua intenção de se colocar no mercado."

Tranquilidade e cabeça fria é a recomendação da professora da Fundação Dom Cabral para 2014. "Talvez precise estar disposto a dar uns passos para traz para colher uma perspectiva de carreira melhor lá na frente."

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Aline também aconselha que o profissional faça uma reflexão sobre seu potencial, suas habilidades e gostos para, depois, investir nesses pontos, além de olhar para fora e entender o que o mercado está exigindo. "Não é possível construir uma carreira olhando apenas para o mercado ou para as suas necessidades. Precisa haver uma convergência, andar junto", diz.

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Cuidado. Para quem pretende iniciar uma transição na carreira em 2014, a professora da Fundação Dom Cabral recomenda cautela: "Não tome nenhuma atitude precipitada. Será um mercado mais incerto em 2014, e a recolocação profissional pode ser difícil. Não tome ações só por impulso. Reflita sobre o que deseja para a carreira e quais as perspectivas."

Para Moraes, o mercado de trabalho este ano terá uma dinâmica diferente de contratações: as empresas devem alternar meses selecionando profissionais com outros de avaliação de cenário econômico e mercado. "O nível de paciência da pessoa deve ser maior. Se você tem um trabalho e puder avaliar a saída da empresa com bastante cautela será melhor. Entenda o grau de urgência antes de uma mudança brusca", orienta.

 "Ao elaborar plano de ação, é possível se redescobrir"

Para o CEO da consultoria de carreira Produtive, Rafael Souto, o verão - quando muitos profissionais estão de férias - pode oferecer uma boa condição para quem precisa elaborar um plano de ação antes de sair à caça de uma oportunidade.

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"Um plano de ação deve ser feito em três passos: estratégia, organização e execução", explica Souto. Segundo ele, embora pareça óbvio, a primeira etapa de um planejamento é definir o que se vai buscar - a área d atuação e o nível de posição. "Muitas pessoas têm dificuldade em estabelecer o que querem, e essa definição é fundamental."

 Foto: Estadão

Souto. Rede de contatosdefinida contribui para a carreira

Decidido o objetivo e verificada a atratividade e a competitividade do currículo, o profissional deverá organizar a rede de contatos para buscar trabalho.

Souto recomenda dividir a rede da seguinte forma: pessoas com algum grau de intimidade e conexão - aquelas para as quais você pode ligar quando precisa; indivíduos não tão próximos, mas com certo grau de intimidade - aqueles que lhe deram um cartão ou o e-mail, por exemplo - ; e as pessoas com as quais você não tem intimidade.

Execução. Organizada a rede, o terceiro passo é partir para a ação. Com as pessoas com as quais existe mais intimidade, Souto recomenda telefonar e se possível conversar pessoalmente.

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"Não é pedir emprego, e sim informar que está disponível e conversar sobre a visão que essa pessoa tem sobre o mercado e como ela está percebendo as oportunidades."

Quando não há intimidade, segundo ele, o ideal é enviar um e-mail contando sobre suas competências e área de atuação. Em todos os casos, ele diz que é importante informar em que área está buscando uma posição e também ouvir a visão de mercado do interlocutor, seja ele recrutador ou colega.

"Ao elaborar o plano de ação é possível se redescobrir, alinhar as expectativas. A vaga deve ser consequência do relacionamento, e não o objetivo único da ligação e do contato."

Outra recomendação é manter a rede ativa. Segundo ele, é preciso cultivar e ter argumentos para seguir conversando com a pessoa.

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