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Opinião|"É área das mais promissoras para carreira"

Cláudio Marques

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O curitibano José Laskas dedica-se há 26 anos à área de saúde. Formado em engenharia eletrônica, começou em 1987 na área técnica da Siemens, em suacidade natal. Mas em 1992 assumiu a gerência de vendas da empresa para o Paraná, iniciando seu trajeto de gestor. Na companhia alemã, enfrentou o momento mais difícil de sua carreira: a desvalorização cambial de 1999, que praticamente paralisou esse mercado. Laskas ficou na empresa até 2007, ano em que assumiu a direção geral da belga Agfa Health Care no Brasil, que, além de equipamentos, também comercializa produtos para imagem, como filmes de raio X, químicos, além de oferecer soluções na área de gestão hospitalar e clínica. A seguir, trechos da entrevista. 

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Sua área é muito específica. Facilita o crescimento ? Não sei se facilita. Mas praticamente desde que comecei minha carreira profissional, eu estou na área médica. Logo no início, por dois ou três anos, eu trabalhei na área de TI e de automação bancária e depois também na parte de microfilmagem e, ainda, com um pouco de telecomunicações na época do estágio. Mas em 1987 eu entrei na área médica. Eu ingressei na Siemens, em Curitiba, e trabalhava no departamento de serviços técnicos da empresa, na área de engenharia de manutenção, serviços de assistência técnica, montagem de equipamentos. Em 1992, com 25 anos, eu assumi uma gerência, a de vendas para o Paraná.

E permaneceu na empresa? Sim. Em 1996, assumi a gerencia de vendas para toda a Região Sul. Em 1999, fui transferido para São Paulo, que respondia por 40% do volume de negócios na área médica, de vendas. Em 2001, fui convidado a assumir a gerência geral da empresa, para todos os produtos da divisão de técnica médica e todos os departamentos que eram health care. Fiquei até 2007, quando fui convidado para ser responsável pela operação da Agfa no Brasil, aí como diretor-geral ou CEO da empresa no Brasil. É a posição em que eu estou até agora.

Você se formou em eletrônica? Sim, me formei em eletrônica e comecei na área técnica. Quando passei para vendas, já senti necessidade de fazer alguma coisa em administração. Então, fiz uma faculdade de administração e, quando cheguei a São Paulo, um mercado mais profissionalizado, eu fiz uma pós em administração hospitalar e sistemas de saúde na Fundação Getúlio Vargas.

Ao longo da sua carreira, qual foi seu maior desafio?  Acho que foi na própria Agfa, nos últimos seis anos. É uma empresa belga e ainda temos de provar muita credibilidade para o pessoal de fora, a respeito do que fazemos aqui. Em seis anos e meio, sete anos, a Agfa cresceu sete vezes o número de empregados, saindo de 28 colaboradores em 2007 para mais de 200 hoje. Nesse período, nós triplicamos as vendas. Então, foi um grande desafio esse crescimento.

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E qual foi um momento de maior dificuldade? Foi quando vim para São Paulo. Não só porque era um mercado novo para mim, mas a mudança foi em 1999, quando o dólar foi liberado e saltou de R$ 1,20 para R$ 1,80. E como nossos produtos e a saúde no Brasil eram praticamente dolarizados, já que a maioria dos produtos era importada, a dívida dos clientes com financiamentos internacionais passou a ser muito grande. [ENTREVISTA]Um cliente que devia 100 passou a dever 160.[/ENTREVISTA] As compras diminuíram drasticamente. Então, 1999 foi o maior desafio que tivemos. Precisamos atravessar dois anos até haver uma estabilização na economia novamente.

É uma área que pode dar uma boa perspectiva de carreira para quem está começando? Acho que é uma das áreas mais promissoras no Brasil. Área médica no Brasil foi muito profissionalizada nos últimos anos e continua assim. E as oportunidades vêm crescendo, porque na área técnica, de TI, se for procurar pessoas no mercado, é difícil encontrar. É difícil encontrar pessoas que conheçam hospital, administração hospitalar. Corre-se muito para conseguir achar profissionais no mercado, não é fácil. É um mercado que vai crescer bastante nos próximos anos. Há uma perspectiva de expansão de 25% ao ano no mercado de gestão hospitalar. Levantamentos que nós temos dizem que somente 19% das instituições de saúde têm soluções de TI. Assim, há muitas oportunidades a serem exploradas: aplicativos, novos softwares, novos desenvolvimentos. E vemos empresas internacionais montando fábricas no Brasil, a área de pesquisa e desenvolvimento começa a crescer. E quando se tem pesquisa, vai-se ter novos produtos, novas ideias. Ao mesmo tempo, a classe média vem crescendo e vem demandando mais saúde. E isso faz com que mais pessoas tenham acesso ao sistema de saúde privado, aumentando os investimentos no setor privado.

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