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Opinião|Caça de talentos na área comercial

A supervisora comercial Paula Dallagnese, de 26 anos, começou a trabalhar no final do mês de abril na Único Pavimento, empresa de produção asfáltica. "Voltei para a área comercial há um ano, porque percebi o seu potencial. O segredo do sucesso é estudar bem o produto que deseja vender e saber avaliar a necessidade do cliente. Nunca trabalhei com asfalto, mas estou fazendo treinamento e estudando bastante antes de ir a campo."

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Paula, que cursa administração de empresas, está pensando em trancar a matrícula este ano. "Vou viajar muito por conta do emprego e não sei se conseguirei conciliar as duas atividades e ter bons resultados em ambas", diz. Outro recém-contratado é o gerente regional de vendas da Giroflex, Marcos Pulvirenti, de 29 anos. Assumiu o cargo na empresa no último dia 14 e ainda está passando por um treinamento geral, sobre a atuação e as premissas da empresa. Nesta semana, vai iniciar outro curso, desta vez específico sobre a sua área de atuação e os produtos. Pulvirenti está bastante animado com o novo desafio. Para ele, vender é um dom. Já passou por vários segmentos: telefonia, móveis, transformação, alta tensão, entre outros.

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"Soube da minha vocação para a área comercial no dia em que finalizei a primeira venda, aos 18 anos." Na época, Pulvirenti estudava inglês na Nova Zelândia e começou a trabalhar como vendedor de quadros. "Vi que levava jeito e não parei mais. Fiz carreira na área e tenho duas especializações: gestão em marketing e gestão comercial."

As contratações de Paula e Pulvirenti ilustram o momento atual do mercado de trabalho. Pesquisa feita pela Right Management aponta que a maioria das vagas ofertadas em abril para executivos estava concentrada na área comercial. Das 847 oportunidades abertas na consultoria, 32,8% foram para esta área. Na sequência, apareceram o setor financeiro com 15,7% e industrial com 12,4%.

De acordo com diretor geral do site Trabalhando.com Brasil, Renato Grinberg, a procura por profissionais que atuam na área comercial aumentou 20% desde o início do ano.

Segundo a diretora da consultoria Ascend, Andrea de Paula Santos, as oportunidades para profissionais que atuam no setor cresceram ainda mais: 50%. O motivo para esse movimento? Segundo especialistas, é o bom momento da economia. "Muitas empresas estão se instalando no Brasil, porque o mercado está muito mais promissor do que em outros países. E o primeiro departamento que elas costumam formar é o comercial", comenta a consultora de transição de carreira da Right, Sueli Aznar.

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De acordo com ela, mesmo as empresas que já atuam no mercado nacional estão reforçando suas equipes. "Principalmente os setores financeiro e automotivo estão bastante aquecidos e querem ampliar a atuação de sua área comercial", diz Sueli.

"É um movimento natural. Todos querem aproveitar o aumento do consumo e o aquecimento econômico para ampliar os seus negócios", comenta Grinberg.

Para ele, o crescimento das empresas e a abertura de novas companhias tornam a área comercial cada vez mais importante e estratégica. "E a ampliação é geral. Há vagas (na área comercial) em todos os segmentos da economia, principalmente nas indústrias de automação e farmacêutica e no ramo de bens de consumo", afirma Paula. As vantagens, segundo ela, são muito maiores do que para outros profissionais. "É uma área que oferece uma remuneração maior por estar atrelada ao desempenho de cada um." De acordo com pesquisa feita pela Catho Online, um diretor comercial pode ter uma remuneração mensal de R$ 21 mil. Veja outros salários da área abaixo. "E a 'caça' por profissionais vem aumentando na mesma proporção", diz Paula. Para Grinberg, o momento é de disputa por especialistas, principalmente por aqueles que têm um histórico de vendas em outras companhias. É o caso do gerente comercial regional do Sistema Ari de Sá (SAS) de ensino em São Paulo, Guto Lopes, de 43 anos, que assumiu o cargo em janeiro. Apesar do sucesso que garante ter na área, reconhece que iniciou a carreira por acaso. "Estava desempregado, cursando faculdade de comunicação social e precisava de dinheiro para pagar minhas contas. Foi quando um amigo me convidou para trabalhar na área de vendas no escritório de arquitetura do pai dele. Gostei tanto que estou há 23 anos no ramo comercial, onde fiz minha carreira na área."

Empresas não conseguem preencher postos abertos

Com a ampla oferta de trabalho na área comercial, algumas empresas têm dificuldades para encontrar profissionais. É o caso do Grupo Hospitalar Santa Celina, uma empresa de home care. De acordo com a CEO, Ana Elisa Siqueira, há duas vagas abertas para os cargos de diretor de vendas e de marketing. "Por sermos uma empresa de médio porte, fica difícil cobrir a oferta de multinacionais e grandes grupos nacionais", diz. A Ideal Invest, empresa que atua com crédito universitário, também enfrenta dificuldades. Segundo o diretor comercial da empresa, Alexandre Furtado, o departamento recebeu um incremento de 30% no investimento direcionado para a área este ano. "Tenho vagas para as áreas de gerência de negócios e regionais, além de analista." O gerente comercial regional do Sistema Ari de Sá (SAS) de São Paulo, Guto Lopes, também está procurando profissionais para ampliar sua equipe.

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