PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Novidades, coberturas e bastidores do que rola aqui e mundo afora

Gossip canta Lady Gaga e brinca com 'Avenida Brasil'

Beth Ditto bebe caipirinha, celebra Tina Turner e a dance music e domina a cena, mas Shirley Manson faz show de elegância e sinceridade em festival realizado no Jockey Club de São Paulo

Por Daiane Oliveira
Atualização:

Jotabê Medeiros - O Estado de S.Paulo

PUBLICIDADE

"Desculpe, desculpe, desculpe", dizia a todo momento, em português, a carismática cantora Beth Ditto, do Gossip, penitenciando-se por ter demorado tanto tempo para vir ao Brasil e por ter dado uns "canos" em festivais anteriores. Mas com um pique de Donna Summer (apesar da banda fraquinha), ela já estava perdoada desde que entrou no palco, saudando a novela das nove com um "oi oi oi" oportuníssimo. Logo a seguir, abriu com Love Long Distance e 8th Wonder, para depois conquistar definitivamente a plateia com um cover de Lady Gaga. "Adoro essa música da Gaga", disse, no meio da letra.

"Saúde!", emendava Beth, dando goles num copo de caipirinha. Seu show e seus gritos de guerra dance em canções como Move in the Right Direction foram o ponto alto de um festival um tanto modesto, que tinha os Kings of Leon como atração principal - mas a banda americana soçobrou com um som muito aquém de sua popularidade, inaudível na parte de trás do palco e com as guitarras praticamente anuladas pela amplificação.  Ela ainda homenageou uma pioneira do ramo da diversão, Tina Turner, cantando What`s Love Got to do With It. Ao final, foi para a galera, com bandeira brasileira e tudo nas costas, e beijou fãs enlouquecidos.

Mais sorte teve o bom grupo The Drums, que estava com o som impecável e suas canções desencanadas, com riffs de surf music, pulsão assobiável, aqueceram a plateia para o show do Gossip, que viria a seguir. Os vocais lembram muito o Walkmen, de Nova York, e músicas como I Need a Doctor e Baby That`s Not the Point, sem a menor pretensão, reacenderam a chama do rock indie em todos os quadrantes do Jockey Club.

[galeria id=4769]

Publicidade

Outro destaque da noite foi o Garbage, que mostrou um belo cartão de apresentações para a plateia brasileira em seu primeiro show no País, incluindo o megahit Only Happy When it Rains. O som estava muito melhor do que o do Kings of Leons. Shirley Manson, a cantora e líder do grupo, é uma frontwoman de presença e potência vocal. A diferença entre Shirley e uma Azaelia Banks, por exemplo (que antecedeu o Drums no palco Indie), é que a primeira sabe o que está cantando e sabe o que significa, e a garota do hip-hop ainda está naquela onda de "make some noise". "Montem uma banda amanhã cedo, é a coisa mais incrível do mundo", aconselhou Shirley. Bem, desde que não seja para chover no molhado, tá tudo bem.

[galeria id=4768]

O Jockey estava tranquilo e sem atropelos. Havia um DJ numa picape, numa área entre os dois palcos, uma espécie de parada estratégica para quem não estava mais aguentando se deslocar entre um palco e outro. Os banheiros masculinos eram suficientes, mas para as garotas eram insuficientes e havia filas (a logística dos festivais precisa descobrir que é mais complicado para as meninas). A cerveja estava quente em quase todos os bares ainda na metade da noite. Os cambistas trabalhavam lá fora, mas parecia que não foi uma noite boa para eles.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.