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A explosão chamada Capital Inicial

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Por Ana Clara Jabur
Atualização:

Pedro AntunesFelipe Branco Cruz

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Os veteranos do Capital Inicial pareciam crianças no palco Mundo do Rock in Rio. Empolgado, o vocalista Dinho Ouro Preto parecia não acreditar na multidão que pulava a sua frente: "Quanta gente! Não dá pra se acostumar com isso, cara", gritou ele no microfone.

A banda de Brasília sabe fazer um rock de arena, com hits dos anos 80 e 90, ressuscitados no Acústico MTV lançado pelo grupo em 2000. Canções como Independência, Natasha, Como Devia Estar e Primeiros Erros, com uma pegada mais roqueira, foram exaustivamente cantadas pelo público, grandes momentos da noite. Um ar retrô que combina com um Rock in Rio que busca reencontrar o prestígio das edições passadas.

A banda começou o show às 22h07 com a morna Como Se Sente, do último disco do grupo, Das Kapital. Com uma letra que mostra um homem de meia-idade, buscando a reflexão, Dinho chamou o público sentado para dançar e cantar. A garoa caiu mais uma vez.

Em Quatro Vezes Você, pela primeira vez nesta edição do Rock in Rio, com fogos de artifício em vários pontos do palco. Depois de uma emocionante versão de Natasha, cantada basicamente pelas meninas da plateia, e da energizante Como Devia Ser, o momento mais tocante da noite: Dinho ofereceu a canção Como Devia Estar, para Rafael Mascarenhas, filho da apresentadora e atriz Cissa Guimarães. Ele disse que ofereceu camisetas em homenagem ao jovem, morto em atropelamento enquanto andava de skate, em julho de 2010, para os integrantes do Red Hot Chilli Peppers. "Como eu não sei se eles vão usar as camisetas, ou não. Essa é em homenagem a ele. Skate e Red Hot tem tudo a ver", disse, lembrando que a banda californiana fecha a noite de ontem do festival.

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Para completar o clima retrô, Dinho e companhia executaram Should I Stay, Should I Go, dos britânicos do The Clash, e Que País é Esse, canção de protesto criada pelo Aborto Elétrico, formado por integrantes do Capital Inicial e do Legião Urbana), que se apresentou de 1978 a  1982. E ainda ofereceu a música a José Sarney, senador pelo Amapá: "É impossível que ainda hoje exista censura no Brasil. Como o que acontece com o Estadão, censurado há mais de dois anos, proibido de publicar uma reportagem sobre a família Sarney."

Por mais que não façam um trabalho relevante há tempos, a banda soube como lidar com um público do tamanho do Rock in Rio. E mostrou que seus hits não tem idade.

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