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Quem joga, sabe

Esmagar botões não adianta nada em EA Sports UFC

Jogo traz universo do MMA para os consoles com apuro visual, mas pode 'nocautear' jogadores iniciantes

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Por Bruno Capelas
Atualização:

Por Bruno Capelas

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Socos, chutes e cotoveladas fazem parte do universo dos games há tanto tempo que parece até que eles sempre existiram -- quem já perdeu tardes e tardes jogando (e massacrando seus dedões) Street Fighter, Tekken ou Mortal Kombat sabe do que estou falando.

Mas sempre aparecem novas tentativas de se renovar uma velha fórmula -- e uma delas surge justamente na adaptação para os games de um dos esportes de luta mais populares da atualidade, o UFC (Ultimate Fighting Championship).

Lançado em julho, EA Sports UFC não é o primeiro game a exibir o mundo do MMA nos consoles, mas é a primeira adaptação da divisão especializada em esportes da Electronics Arts no universo de Anderson Silva, José Aldo e Jon Jones.

Anteriormente, o UFC já havia sido motivo de uma série de games da THQ entre 2000 e 2010. A chegada da EA, entretanto, traz uma lufada de ar fresco ao gênero, tanto pela ambientação quanto pelo nível de detalhe demonstrado no jogo. Entretanto, vale o aviso: EA Sports UFC não é para amadores.

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Ao contrário do que acontece em 9 entre 10 jogos de luta, onde esmagar botões rapidamente sem nem saber o que se está fazendo é uma boa saída para jogadores novatos, aqui é importante ter um mínimo de técnica. Caso contrário, você vai acabar beijando a lona do octógono antes que possa dizer "Tome essa!". "Só tentar dar porrada não vai te levar a nada" parece o lema de uma professora primária, mas faz muito sentido aqui.

Entretanto, de forma sábia, a EA Sports não deixa seus jogadores ao deus dará: logo que o game é iniciado, a primeira coisa que aparece na tela é um grande tutorial de todos os comandos e possibilidades que existem para golpear, e, mais importante ainda, se defender dos adversários.

Parece uma bobagem tentar decorar todas as combinações possíveis em apenas uma pequena sessão de treinos, mas garanto: aproveite-a ao máximo se você não quiser passar vergonha. Caso você queira bancar o apressadinho, o próprio Dana White, dono da marca UFC, vai te intimar a continuar o treinamento em um vídeo muito bem humorado.

Os vídeos que aparecem no meio do game, aliás, são outro ponto alto de UFC - especialmente no modo Carreira, no qual você pode criar um lutador e levá-lo do anonimato ao cinturão da categoria que quiser. Lutadores experientes, treinadores e o próprio Dana White aparecem ao longo da sua trajetória para te incentivar ou parabenizar por uma grande vitória, enquanto vídeos com temas do universo do esporte, como os juízes, as lutas no card principal e a importância de ter um golpe especial e perseverar para ser campeão te ajudam a imergir no clima da coisa toda.

EA Sports UFC, assim como outros games da empresa que lhe dá nome, têm uma jogabilidade bem dividida, atraindo tanto quem quer só gastar alguns momentos descarregando a raiva de um dia de trabalho ou estudo em um simples amistoso, quanto quem pretende acumular cinturões no modo Carreira, começando como um promissor lutador no reality show The Ultimate Fighter até ter milhares de fãs e patrocinadores pelo mundo.

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 Foto: Estadão

É talvez no modo Carreira que o jogador pode experienciar toda a riqueza de EA Sports UFC: além das lutas, que contam com narração em português e apresentação de Bruce Buffer (o homem do bordão "Iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiit's Tiiiiiiiiiiiiiiiiiime!"), o jogo conta com treinos (que vão aprimorando sua técnica ao longo do tempo) e atividades bem interessantes.

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Isso para não falar na possibilidade de criar um jogador com a sua própria cara, aumentando a sensação de imersão dentro do jogo - o que torna as coisas mais incríveis (ou perturbadoras) ainda. Conta a favor da EA, nesse caso, além de um ótimo customizador de lutadores, o motor gráfico Ignite, introduzido pela empresa em 2013, que dá agilidade às lutas.

Depois de jogar uma boa quantidade de horas, ganhar o cinturão dos meio-pesados e acumular muitos fãs pela capacidade de desferir chutes e socos para nocautear, minha versão virtual de lutador ainda tinha algumas deficiências, porém.

Apesar de ter feito todo o tutorial e participado várias vezes dos Desafios (modo de jogo em que você precisa apenas cumprir algumas rotinas de socos e golpes), eu continuo incapaz de conseguir ao menos tentar finalizar um adversário com uma chave de braço ou um triângulo - uma tática bastante importante para conseguir uma reviravolta em uma luta.

Além disso, o jogo tem momentos em que irrita pela quantidade de tempo para processar as próximas ações, mesmo rodando em um Xbox One recém saído da caixa, o que evita um nocaute certeiro para os fãs do esporte.

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 Foto: Estadão

Seja como for, para uma primeira incursão, é um ótimo jogo, pronto para fazer mesmo quem não gosta do UFC se divertir. Para efeitos de comparação, tente pensar como seria ver a franquia FIFA ser iniciada hoje. Apesar de difícil à primeira vista (e pouco acessível para aquele seu amigo que nunca encostou num controle e que pode ter problemas para apertar três botões ao mesmo tempo), o game conquista à medida em que golpes e habilidades novas são aprendidas, e delicia por seu conteúdo extra. Ao final de três assaltos, EA Sports UFC vence pela decisão técnica dos juízes.

EA Sports UFCDesenvolvedora: EA CanadaPublisher: EAPreço sugerido: R$ 199,90Plataformas: PS4 e Xbox OneJá disponível no Brasil

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