Foto do(a) blog

Futebol: bastidores e opinião

Valdivia, amado maldito

O chileno é adorado e odiado ao mesmo tempo. Isso fica claro quando se debruça sobre o que ele fez no jogo desta quarta-feira diante do Flamengo

PUBLICIDADE

Por Luiz Prosperi
Atualização:

Valdivia tem clara noção de que é um bem e um mal para o Palmeiras. Às vezes, o bom e o mau. Sabe que o time apequenado depende, e muito, do seu talento. Com ele em campo, os problemas são resolvidos com uma sequência de passes. Sem ele, a equação não tem solução.

PUBLICIDADE

Essa dependência não é de hoje. Remonta a temporada de 2008 e continua em 2010, após um hiato de dois anos de "férias" no futebol árabe. Não há um técnico que dê jeito, um dirigente, um presidente. Todos são reféns do chileno. Nenhum deles, seja de alta patente ou não, fez Valdivia honrar seus salários.

Há sempre uma desculpa no vestiário. Uma explicação por mais descabida que seja para justificar a permanência do meia no grupo. É comum ouvir que o número sem fim de lesões, feixes e feixes de músculos desalinhados atrapalham o craque e valorizam a resposta de que Valdivia tem importância e é fundamental ao time.

Tudo isso se encaixa perfeitamente para provar que o Palmeiras é muito pequeno diante do chileno. É o ídolo no deserto. É a salvação sem pátria. É adorado e odiado ao mesmo tempo. Isso fica claro quando se debruça sobre o que ele fez no jogo desta quarta-feira diante do Flamengo. Jogo que ele mudou o destino a favor do Palmeiras e depois despejou na latrina ao ser expulso.

Valdivia é um amado maldito entre os palmeirenses. Edmundo, nos anos de 1990, também era um amado maldito. Irascível, vivia uma vida de polêmicas, colecionava desafetos dentro e fora de campo com expulsões, brigas memoráveis e confusões.

Publicidade

Edmundo, porém, tinha a solução certa para os problemas imediatos do Palmeiras. Valdivia nunca teve, nunca vai ter. Valdivia não sabe somar, só sabe subtrair.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.