Corinthians, São Paulo e Palmeiras ficaram fora da final do Paulistão. Um baque e total falta de competência, se levarmos em conta que nenhum dos três se credenciou em 2013 para disputar a Libertadores de 2014. Donos de orçamento estrondoso, se compararmos com a maioria dos clubes de outros estados, os três minguaram. A favor, o enorme tempo disponível pela frente para se prepararem ao Brasileiro.
No futebol paulista, o Santos ainda se agarra na boia para não se afogar diante do modesto Ituano na final do Campeonato Paulista. É o que resta. Bom lembrar que o Santos também não carimbou o bilhete da Libertadores na campanha de 2013. Se juntou à mediocridade de Corinthians, Palmeiras e São Paulo. Os quatro tiveram pelo menos duas competições para garantir vaga na Libertadores no ano passado, entre Copa do Brasil, a própria Libertadores, Sul-Americana e Brasileirão.
Essa decadência de identidade e de futebol, no sentido literal da palavra, que estende seu manto a paulistas e cariocas, não se vê em Minas. Atlético-MG e Cruzeiro deram as ordens em 2013 e continuam altivos nesta temporada. Têm tudo para manter a hierarquia também no Campeonato Brasileiro que se avizinha. E é bom ficar de olho nasmensagens que chegam do Sul. Inter, de estádio novo, e Grêmio estão prontos para voltar ao topo.
Aos paulistas, resta uma corda de salvação: reaparelharem seus times. Elias sozinho não vai reinventar o acanhado e sem ambição Corinthians. Pato, mesmo alucinado na comemoração de seu primeiro gol no Morumbi, também não vai mudar o São Paulo da água para o vinho. Alan Kardec, ainda uma interrogação se fica ou não no Palmeiras, não vai reverter o complexo de inferioridade que há décadas contamina o Palestra. E, por fim, um punhado de Meninos da Vila não tem punch para elevar o Santos.
Os quatro paulistas precisam de um choque. Um bom exemplo é o Atlético de Madrid, o orçamento mais baixo em relação aos adversários (Real Madrid, Bayern e Chelsea) nas semifinais da Champions League. O Atleti sem grandes estrelas, mas com o futebol correto e impregnado de alma, encanta. Sem falar no treinador Diego Simeone que transformou um grupo de abnegados em um time de coração e rigor tático.
Beber na fonte da Europa sempre faz bem. É só descer da empáfia absoluta que toma conta do futebol brasileiro em todas as esferas.