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Futebol: bastidores e opinião

CBF entrega a seleção a dois amigos

Gilmar Rinaldi e Dunga não têm estofo para revolucionar o futebol do Brasil

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Por Luiz Prosperi
Atualização:

A CBF não está preocupada em mudar o futebol brasileiro, muito menos resgatar aquele jeito bonito de se jogar que tanto encantou o mundo por décadas. Entregar a seleção brasileira a dois amigos - Gilmar Rinaldi e Dunga - é quase uma provocação.

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Gilmar Rinaldi, ex-goleiro, campeão do mundo e 14 anos na atividade de empresário de jogador, não em estofo para revolucionar a seleção.

Seu amigo Dunga, a ser anunciado de forma oficial pela CBF como o novo técnico do Brasil na terça-feira, já dirigiu a seleção e não avançou em nada.

As conquistas de Dunga (Copa das Confederações e Copa América) não têm tanto peso como a CBF imagina. Parreira já havia conquistado esses dois torneios, mas coroou sua passagem pela seleção com direito ao título mundial quando o Brasil não era campeão há 24 anos.

O futebol que Dunga comunga é o mesmo pragmático de outrora. Seu estilo linha dura também não combina em nada com o futebol que se pratica hoje nos grandes centros do mundo.

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A seleção não precisa de linha dura, disciplina e ideias do quartel, precisa é recuperar a identidade perdida. Não se muda o futebol com sargentos ou jogadores que gostavam de rasgar a grama com carrinhos.

Pelo que consta, Dunga também não é muito voltado às revelações, aos jovens jogadores. Em 2010, rejeitou as convocações de Ganso e Neymar, unanimidade entre os torcedores. A herança que deixou após o Mundial da África do Sul foi apenas Thiago Silva, no grupo que tinha Michel Bastos, Gilberto, Josué, Grafite, Julio Baptista, Felipe Mello, Nilmar, Elano, entre outros que se esfarelaram após a Copa.

Gilmar, sem currículo, e Dunga, a mesmice, agradam ao velho comando da CBF. O obstáculo para Dunga assumir a seleção após a desavença com a Globo (parceira da CBF) na Copa de 2010 não existe mais. Houve uma reconciliação entre treinador e a emissora, em passado recente.

Mais uma vez, a seleção vai viver de emergências e não de conteúdo. Quem inventou Gilmar Rinaldi merece mesmo Dunga no comando. Serão mais quatro anos perdidos. O pior é que dessa vez nem craques temos para salvar a lavoura.

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