Carlos Miguel Aidar bateu de frente com muitos conselheiros do São Paulo para dar a Juvenal Juvêncio o direito de concorrer ao seu terceiro mandato na presidência no clube. Com uma manobra jurídica, garantiu a Juvenal mais dois anos no trono do Tricolor. Naquele momento, há dois anos, os dois eram aliados até o fim.
Por gratidão, Juvenal conduziu Aidar à presidência como seu sucessor. Estava paga a "dívida". Juvenal desceu do pedestal, mas não quis abdicar do poder e por sua influência direta foi cuidar das categorias de base do clube. "Uma mina de ouro", nas palavras do próprio ex-presidente.
Aidar queria mudar o conceito da base do São Paulo, mas não teria como dar um passo sem ter a permissão de Juvenal. Estava aberta a crise. Na briga pela "mina de ouro" alguém ia ser tombado no meio do caminho. Caiu Juvenal Juvêncio.
Prevaleceu o poder de Aidar que, entre outras metas, pensa em ser um dos mais influentes dirigentes do futebol brasileiro, tendo o São Paulo como o protagonista.
Em vez de peitar a CBF e Federação Paulista, como Juvenal fazia, Aidar quer essas entidades como aliadas desde que o São Paulo tenha peso na discussão do futuro do futebol brasileiro.
Aidar também não quer Corinthians, Palmeiras e Santos como parceiros do Tricolor. Quer distância, em especial do Palmeiras enquanto o clube for dirigido por Paulo Nobre.
Nesse ambiente bélico, Aidar espera que nada respingue no time que é o vice-líder do Campeonato Brasileiro. Aos interlocutores disse que Muricy Ramalho não corre risco de ser demitido.
Resta saber se entre jogadores e comissão técnica o recado do presidente vai ser bem aceito ou possível de se acreditar. A crise dos cartolas pode abalar o São Paulo no campeonato. A conferir.