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Futebol: bastidores e opinião

Copa do Mundo foi uma miragem

Jogos do Campeonato Brasileiro viram festival de horror

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Por Luiz Prosperi
Atualização:

Três rodadas do Brasileirão após a Copa do Mundo nos obrigam a concluir que vivemos uma miragem por um mês, entre junho e julho. Não tiramos proveito de quase nada. Nem de civilidade, nem de futebol. Convido o leitor à reflexão:

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Em 12 rodadas do campeonato, 12 treinadores foram demitidos. No Grêmio, para pegar o exemplo de uma potência do futebol brasileiro, o ciclo de um técnico não ultrapassa seis meses. Neste domingo caiu o emergente Enderson Moreira. O clube gaúcho corre atrás de Tite e Felipão. Cadê a nova geracão de treinadores do Brasil?

Nos clássicos Corinthians 2 x 0 Palmeiras e Flamengo 1 x 0 Botafogo, o número de faltas estourou a casa das 40 infrações em 90 minutos. Na Copa, a média foi de 25 faltas por jogo. Sandro Meira Ricci, árbitro brasileiro que apitou três jogos do Mundial, marcava 26 faltas por jogo. No clássico paulista na Arena Corinthians, marcou 44 faltas.

No primeiro tempo do Dérbi paulista, o Corinthians chutou duas bolas ao gol de Fábio e o Palmeiras nenhum ao gol de Cássio. No segundo, o Alvinegro deu uns cinco chutes ao gol, e o Alviverde, dois.Um desrespeito aos torcedores.

Ainda no clássico, torcedores (a maioria de facções organizadas) do Palmeiras ficaram enclausurados em um canto da nova arena cercados por tapumes de metal - lembrando muito os escudos usados nas batalhas da Idade Média.

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O placar eletrônico da Arena Corinthians por 30 minutos no primeiro tempo não estampou o escudo do Palmeiras - um provincianismo ridículo.

E os palmeirenses responderam com cem cadeiras quebradas e com o requinte de um torcedor postar nas redes sociais que quebrou a cadeira por prazer.

No clássico Flamengo 1 x 0 Botafogo, prevaleceu o jogo violento e ligação direta de um goleiro a outro. Uma arbitragem ruim. E jogadores com disposição de gladiadores, sem ao menos se preocupar em tratar bem a bola. Isso diante de pouco mais de 50 mil torcedores que suportaram aquele horror cantando com alegria.

A rodada deste domingo teve ainda a reestreia de Kaká, de volta ao futebol brasileiro após 11 anos de Europa onde foi eleito o melhor do mundo em 2007. Aos 32 anos, foi o destaque na derrota do São Paulo para o Goiás. Uma vergonha para Ganso, Kardec e Pato que ainda lutam por um lugar ao sol.

Muricy disse que é preciso tempo para encaixar as peças Kaká, Ganso, Pato, Alan Kardec e Luis Fabiano, entre outros jogadores. A pergunta: Muricy não teve 35 dias, na parada da Copa, para organizar o time?

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O oásis nesse Brasileirão é mesmo o Cruzeiro - dono de 9 vitórias em 12 jogos. Joga bem porque tem um bom treinador e um grupo com muitas opções. É cirúrgico nas contratações, com dois a três bons jogadores por posição. Joga um futebol insinuante quando o adversário permite (5 a 0 no Figueirense) e bate pesado, sem receio de fazer faltas, ao deparar com adversários fora de casa (2 a 1 no Palmeiras).

Aos que dizem que o Cruzeiro tem dinheiro e por isso contrata muito, cabe uma lembrança: o clube mineiro é o décimo primeiro colocado em dívidas tributárias com uma pendenga de R$ 88,8 milhões - o Palmeiras, que alega não ter caixa, é o décimo terceiro com uma dívida de R¢ 67,9 milhões. É questão de gestão.

De volta aos jogos do Brasileirão, ainda teremos 27 rodadas pela frente. As arenas que abrigaram os jogos da Copa e os torcedores que acompanharam jogos de alto nível esperam por mais respeito.

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