Primeira Classe

Turismo na Alemanha: a partir de Berlim, visite a Cidade do Automóvel

Autostadt, da Volkswagen, ocupa 25 hectares e é uma Disneylândia para adultos, com museus, cursos de direção, jogos e hotel de luxo. Em Berlim, faça também tour com o simpático Trabant e viste cafés conceituais de montadoras como a Mercedes

Rafaela Borges

12 de set, 2014 · 15 minutos de leitura.

Turismo na Alemanha: a partir de Berlim, visite a Cidade do Automóvel
Crédito: Autostadt, da Volkswagen, ocupa 25 hectares e é uma Disneylândia para adultos, com museus, cursos de direção, jogos e hotel de luxo. Em Berlim, faça também tour com o simpático Trabant e viste cafés conceituais de montadoras como a Mercedes

A Cidade do Automóvel

Ah, Berlim! Um dos meus locais preferidos no mundo. A cidade é completamente diferente do restante da Alemanha. Está para o país assim como Nova York para os Estados Unidos. É moderna, cosmopolita, mas também carrega um enorme peso histórico evidenciado em suas ruas e arquitetura, herança de vários séculos.

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Em Berlim, você vai se deslumbrar com a modernidade da região da Potsdamer Platz e a beleza do Tiegarten. Apenas alguns quarteirões depois, estão os restos do temido muro que dividiram a atual capital alemã por décadas, até o fim dos anos 80. Em seguida, a paisagem muda e você poderá ver as construções de arquitetura simples, típicas da antiga Alemanha Oriental.

Se você estiver visitando Berlim, reserve um dia para conhecer a Cidade do Automóvel, ou Autostadt. É como uma Disneylândia para os apaixonados por carros. Museus, história, exposições futuristas, joguinhos. Tudo relacionado às marcas que formam o maior grupo automotivo da Alemanha – e candidato a maior do mundo em vendas -, o conglomerado Volkswagen.

Leia mais da série “Turismo na Alemanha”


– Stuttgart, a casa de Mercedes e Porsche

– Dirigindo sem limite de velocidade

– Trechos de carro a partir de Munique


– O museu da BMW, em Munique

– Pilote no autódromo de Nurburgring 

A CIDADE DO AUTOMÓVEL


Talvez, o Autostadt seja o ponto alto do turismo automotivo na Alemanha. É um programa que não dá para não fazer. Porém, em primeiro lugar, saiba que o complexo, em Wolfsburg, junto com a sede da Volkswagen, não é assim tão próximo a Berlim. São 236 km. De trem, aproximadamente 1h40 para ir e o mesmo tempo para retornar.

Então, acorde cedo, mas não se preocupe se perder o primeiro trem. Eles passam a cada 40 minutos. E não pense que é assim tão pesado ir e voltar no mesmo dia; alguns funcionários da Volks moram em Berlim e encaram essa viagem diariamente.

Pavilhão da Porsche

Porém, há também a opção de hospedagem em Wolfsburg. Dentro do próprio Autosdat, há uma unidade da luxuosa rede de hotéis Ritz Carlton. Confira aqui. Talvez seja uma boa decisão passar uma noite por lá, já que o complexo pode ser visto em um dia, mas um tour inesquecível precisa de dois dias.


A Cidade do Automóvel ocupa área de 25 hectares e foi fundada em 2000. O complexo é dedicado a todas as marcas do grupo: Volkswagen, Audi, Porsche, Lamborghini e Bugatti, entre outras. Cada uma tem seu pavilhão. Porém, para contar a história do automóvel, há também modelos de outras montadoras, como os primeiros automóveis criados por Karl Benz, o fundador da Mercedes, no fim do século XIX.

Se é Volkswagen, tem Fusca. Entre os destaques, há um exemplar todo cravejado de diamantes e produzido em 1955, para celebrar o milionésimo modelo fabricado.

Car Tower

Além de exposições, há ainda um cinema em 3D que só exibe filmes ligados ao tema automóvel. Para as crianças, são muitas atividades, como a possibilidade de tirar uma licença para dirigir de mentirinha e pilotar mini-Fuscas elétricos em uma pequena pista fechada.


Outra atividade interessante é acompanhar como é feito um carro, desde o rascunho até a produção de suas esculturas de madeira. O próprio visitante pode criar seu automóvel.

O Autostadt fica aberto todos os dias, com exceção de 24 e 31 de dezembro, das 9h às 18h. É possível fazer um tour por linhas de produção, também com início às 9h. Os ingressos custam 15 euros por um dia e 22 euros, no caso do tour de dois dias.

Estes ingressos dão direito a visitar exposições, cinemas, entre outras atividades, mas algumas atrações são cobradas à parte. Como a visita ao interior da Torre dos Carros, um prédio cujos andares são ocupados por veículos da história da Volks. Dura 20 minutos e custa 8 euros.


Piscina do hotel Ritz Wolfsburg, dentro do Autostadt

Há ainda cursos de direção em vários módulos, nos quais é possível testar os recursos do carro e aprender práticas seguras ao volante, além de guiar em pista off-road. Os preços partem de 28 euros e podem chegar a 105 euros, dependendo do módulo escolhido, o tempo de curso e o carro a ser utilizado.

Mais informações sobre o Autostadt podem ser obtidas aqui.

AUTOMÓVEIS EM BERLIM


Mercedes-Benz Gallery

Não alugue carro para rodar em Berlim. Aliás, quase nenhuma grande cidade da Europa Ocidental deve ser visitada de carro. Na capital alemã, há transporte público eficiente. E a cidade, plana, é ótima para caminhar e se perder em suas atrações.

Há, no entanto, algumas visitas relacionados ao mundo do automóvel que valem a pena. Berlim tem diversos cafés de montadoras, espaços conceituais que reúnem restaurante, bar, loja e exposição de carros das marcas.

Foto em tamanho real de Mercedes Jellinek no Mercedes-Benz Gallery

O mais interessante é o Mercedes-Benz Gallery, na Unter den Linden, a mais sofisticada avenida de Berlim. Além das atrações acima citadas, o segundo andar é dedicado à história da marca. Cartazes de papelão com fotografias das famílias pioneiras da montadora, em tamanho real, já começam a surgir na escada de acesso ao pavilhão. Lá estão Karl e Bertha Benz e Mercedes Jellinek, que deu nome à marca.


O Trabant, carrinho típico da Alemanha Oriental, é um patrimônio de Berlim. Próximas à região do muro, há diversas lojinhas que expõem exemplares do carro.

Já no Trabi World, também pertinho do muro, você pode alugar um Trabant para conhecer Berlim em passeios de uma ou duas horas, com possibilidade de guiar o carrinho. Mais informações aqui.

Trabant, símbolo da Alemanha Oriental
Marco do Muro de Berlim

ATRAÇÕES DE BERLIM


Quatro a cinco noites. Este é o tempo mínimo de estadia para se conhecer Berlim. A moderna Potsdamer Platz tem ainda três pedaços do Muro de Berlim expostos – ele passava por ali.

A praça é cheia de bares e restaurantes, fica ao lado da estação central de trem e tem muitos prédios modernos, com hotéis e o centro comercial Sony Center.

Rio Spree

Na mesma avenida, estão o Memorial aos Judeus e o Tiergarten, um dos parques mais lindos do mundo, além dos Portões de Brandemburgo, um marco histórico de Berlim. Atrás dele, começa a Unter den Linden, com embaixadas e lojas de grife.


Pouco mais à frente do Tiergarten e dos portões, está o Reichstag, ou Parlamento Alemão. O prédio clássico permite visitas ao seu último andar, de onde se visualiza partes da cidade e do Tiergarten.

Muro de Berlim

Nesta avenida, é comum dar de cara com manifestantes de organizações não governamentais. Mas é tudo bem pacífico; apenas passeatas em prol de uma causa.

Em outra seção da cidade, não muito longe dali, está o Muro de Berlim. Ao lado, o Checkpoint Charlie, que era o principal ponto de imigração entre as duas Berlim na época da divisão. O museu do Checkpoint merece ser visitado. Com vídeos e fotos, mostra as histórias de pessoas que tentavam passar pelo muro, com destino ao lado capitalista ocidental. Uma página triste, mas talvez a mais importante da história do último século.


Checkpoint Charlie

Após visitar o Checkpoint, vale fazer um tour de balão para ver, do alto, a cidade de Berlim. É um programa turístico bem popular na cidade. Logo após, caminhar pela antiga parte oriental.

Quem gosta de museus também vai se apaixonar por Berlim. São inúmeros. O Madame Tussauds, ou museu de cera, tem filial na capital alemã. O BlackBox Kalter Krieg conta a história da Guerra Fria. Ainda no tema 2ª Guerra, há o Museu dos Judeus. A Topografia do Terror, abaixo do muro, mostra, em fotos, as atrocidades cometidas pelos nazistas.

Mas nem só de guerra é feita a oferta de museus. Pelo contrário. São muitos os de arte. Inclusive, há a chamada “Ilha de Museus”, uma ilha no rio Spree (que corta a cidade) declarada patrimônio Mundial da Unesco. Veja aqui a lista de museus a se visitar em Berlim.


Não para por aí. Tem o zoológico, o aquário (lembram do polvo Paul, da Copa de 2010? Ele morava lá) e a famosa avenida Ku’damm, além da Torre de TV, outra possibilidade de se ter vista panorâmica da cidade.

Catedral de Berlim

A vida noturna em Berlim é agitada. Diversos restaurantes com estrelas no Guia Michelin. Aviso importante: o sindicato dos cozinheiros, por lá, é muito forte. Eles param de trabalhar às 23h e não tem conversa. Depois disso, você não janta; não adianta implorar.

Há muitos bares também. Diversos têm shows ao vivo de blues. As casas noturnas são badaladas; Berlim tem uma das cenas eletrônicas mais importantes da Europa.


DICAS DE HOTÉIS

– Totalmente reformado e localizado atrás dos Portões de Brandemburgo,  o Adlon é o hotel mais tradicional de Berlim. Parte do grupo Kempinski, mantém sua aura luxuosa e estrelada. Diárias a partir de 695 euros em outubro.

– O Ritz Berlin fica na Potsdamer Platz. Como todo hotel da rede Ritz, é sofisticado e tem mordomia impecável. Diárias a partir de 365 euros em outubro.


– O moderno Mandala fica na rua Potsdamer, bem próximo ao Tiegarten. Em outubro, os preços do cinco-estrelas partem de 180 euros.

– O bem localizado e aconchegante cinco-estrelas Grand Esplanade tem um dos melhores custos-benefícios de Berlim. Diárias a partir de 100 euros.

 


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