Primeira Classe

Nova estrutura do Autódromo de Interlagos decepciona

A obra ainda não foi concluída. Por ora, melhoria houve apenas nos centros de hospitalidade das equipes

Rafaela Borges

13 de nov, 2015 · 5 minutos de leitura.

Nova estrutura do Autódromo de Interlagos decepciona
Crédito: A obra ainda não foi concluída. Por ora, melhoria houve apenas nos centros de hospitalidade das equipes

(Fotos: Rafaela Borges)

 

A área dos boxes e do paddock do Autódromo de Interlagos começou a ser reformada este ano e, agora, para o Grande Prêmio do Brasil, entre esta sexta-feira (13) e domingo (15), foi inaugurada a primeira fase – a obra total consumirá R$ 144 milhões. Estive no autódromo na manhã desta sexta para ver como ficou. Uma palavra: decepção!

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(No Instagram: @blogprimeiraclasse)

De novo, mesmo, são só os centros de hospitalidade das equipes. Antes, era tudo uma bagunça, improvisado, sem espaço para cozinha e escritório para reunião. Agora, ficou mais amplo e bonito. Todos têm vidros que permitem ver o que está rolando dentro dos centros. Mesmo nos da FIA, FOM e o exclusivo de Bernie Ecclestone. Nesses, há vidros opacos. Não me perguntem por que.


Fora isso, o espaço entre os centros de hospitalidade e os boxes, onde circulam pilotos, mecânicos, engenheiros, chefes de equipe, imprensa e alguns convidados, ficou um pouco mais amplo. Ainda apertado, mas melhor. E construíram uma espécie de deck, que permite a quem está no paddock ter uma boa visão do miolo do circuito. Esses são os pontos positivos.

Os negativos? Está tudo muito feio e improvisado. O piso foi entregue com pavimentação imperfeita. Passa impressão de obra mal acabada. Além disso, colocaram em toda a área do paddock várias escadas de madeira mal sinalizadas. Resultado: ninguém enxerga. Vi várias pessoas tropeçando, e até caindo, durante a manhã.


Acima dos novos centros de hospitalidade, há uma construção ainda em tijolo aparente, cinza. Pelo que apurei, essa área será inaugurada no ano que vem, também para uso das equipes. Também parcialmente em tijolo aparente está um novo prédio, que, segundo relatos, será o centro médico. Uma das fachadas do edifício já está pronta: é de vidro, bonita.

Espero que, quando concluída a obra, ele fique imponente. Dará ao autódromo um ar de imponência que ele ainda não tem.

Nada contra um autódromo das antigas, como era Interlagos, sem as construções espetaculares e grandiosas dos circuitos da Ásia e do Oriente Médio. Porém, quando pensamos que estão sendo investidos R$ 144 milhões, provenientes da Prefeitura da cidade, a sensação é de insatisfação. Eu, sinceramente, esperava mais.


O plano inicial era levar a área de boxes e paddock para a reta oposta, para ter mais espaço. O projeto foi vetado. Ficou tudo onde estava. E, ali, espaço é um problema. Não consigo visualizar como alguns dos problemas possam ser resolvidos. Mas, também, não sou engenheira, nem arquiteta. Talvez, a solução exista.

Espero, na verdade, que exista. No ano que vem, será inaugurada a segunda fase, com ampliação dos boxes. Meu desejo é chegar ao autódromo, em 2016, e ver um ambiente bonito, funcional e bem acabado. Digno dos R$ 144 milhões investidos.


 

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