Primeira Classe

Em seis anos, carro elétrico terá preço de modelo a combustão

Estudo norte-americano aponta que carro elétrico causará a próxima 'crise do petróleo'

Rafaela Borges

08 de abr, 2016 · 4 minutos de leitura.

Em seis anos, carro elétrico terá preço de modelo a combustão
Crédito: Estudo norte-americano aponta que carro elétrico causará a próxima 'crise do petróleo'

Estação de recarga da Tesla no sul da Alemanha (Foto: Rafaela Borges)

 

O carro elétrico, mesmo sem subsídios, terá preço igual ao de modelos com motores a combustão em seis anos. Essa é a principal conclusão de um estudo divulgado nesta semana pela Bloomberg.

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(No Instagram: @blogprimeiraclasse)

O estudo aponta também que as baterias atuais já estão 35% mais baratas que as de gerações anteriores. Além disso, até 2020, a autonomia das baterias dos motores elétricos que equipam esse tipo de carro aumentará em até 20%.

Assim, de todos os problemas que dificultam a massificação do carro elétrico, a maioria será resolvida nos próximos anos, aponta a Bloomberg.


No entanto, o estudo aponta também que o desenvolvimento de uma boa rede mundial de reabastecimento levará mais tempo. Este será, em breve, o principal (e talvez o único) entrave ao carro elétrico.

Por fim, o estudo conclui que a próxima “crise do petróleo” deverá ser causada pelo carro a eletricidade.

COMO É HOJE


As baterias dos carros elétricos podem ser reabastecidas em tomadas convencionais. Novos edifícios já vêm sendo erguidos com a instalação de tomadas nas vagas de garagem.

Nesse caso, a recarga é lenta. A ideia é que o consumidor deixe seu carro recarregando durante a noite. Montadoras já vendem, porém, um dispositivo que acelera o processo.

É importante também a proliferação de estações de recarga rápida em postos nas cidades e nas rodovias. A Tesla, que só produz carros elétricos, tem algumas dessas estações atualmente – nos EUA e na Europa.


Quanto à autonomia, que nos primeiros elétricos não chegava a 100 km, hoje já atinge 300 km. O novo carro da Tesla, Model 3, promete rodar 350 km a cada recarga completa.

A Volkswagen, até o fim da década, promete lançar carros de suas marcas Porsche e Audi com autonomia ainda maior. Seus motores elétricos serão capazes de percorrer 500 km a cada recarga.

NO BRASIL


O Model 3  será vendido no Brasil. Por ora, seu preço aqui não está definido, mas, nos EUA, ele custará US$ 35 mil (equivalente a R$ 125 mil).

Trata-se do mesmo valor cobrado nos EUA por um BMW Série 3. Com a diferença de que o Model 3 é um hatch, não um sedã, e entrega menos luxo que o carro alemão.

Ainda assim, ele já tem um preço bem mais competitivo que o dos primeiros elétricos.


No Brasil, um BMW i3, hatch compacto, 100% elétrico, sai por cerca de R$ 170 mil. É o mesmo valor do novo Audi A4, que começa em R$ 172.990.

 

 


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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”