Primeira Classe

Briga boa entre Ferrari e McLaren nas pistas e nos salões

As duas montadoras vêm protagonizando duelos pela atenção do público em salões automotivos. Audi e Honda prometem também cativar o público com seus superesportivos

Rafaela Borges

26 de fev, 2015 · 8 minutos de leitura.

Briga boa entre Ferrari e McLaren nas pistas e nos salões
Crédito: As duas montadoras vêm protagonizando duelos pela atenção do público em salões automotivos. Audi e Honda prometem também cativar o público com seus superesportivos

A partir de cima, no sentido horário: final eletrizante da temporada de 1990, com Senna derrotando Prost; McLaren 675LT e Ferrari 488 GTB, candidatas a estrelas do Salão de Genebra de 2015

Quem assistiu “Rush – No Limite da Emoção” sabe que as disputas entre Ferrari e McLaren não são de hoje. O filme mostra a briga pelo título de 1976 da Fórmula 1 entre Niki Lauda, da equipe italiana, e James Hunt, da inglesa. Em 1990, o duelo foi reeditado; na ocasião, a McLaren de Ayrton Senna superou a Ferrari de Alain Prost.

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Mika Hakkinen, na equipe inglesa, ganhou de Michael Schumacher, representando a italiana, os títulos de 1998 e 1999. Em 2007, Kimi Raikkonen, de Ferrari, derrotou, na última corrida, não apenas um, mas dois pilotos da McLaren: Lewis Hamilton e Fernando Alonso.

Hunt x Lauda foi a briga de 1976

No ano seguinte, veio a revanche inglesa: Hamilton tirou o ferrarista Felipe Massa o título na última curva da última corrida.

Eu poderia passar horas escrevendo sobre a bela e empolgante rivalidade entre Ferrari e McLaren na Fórmula 1. Mas, no momento, as duas marcas estão meio por fora da briga por títulos da categoria – os últimos anos foram dominados pela Red Bull e a Mercedes agora promete se sobressair por um longo período.


Nos salões automotivos, porém, a briga entre Ferrari e McLaren vem ficando cada vez mais quente – e não há carro da Mercedes que faça frente à magia dos superesportivos das duas marcas. No Salão de Genebra (Suíça), que começa na semana que vem, elas prometem disputar as atenções da imprensa e dos visitantes com suas estreias mundiais.

No fim dos anos 90, Hakkinen ganhou dois títulos enfrentando a Ferrari de Schumacher

No “time” italiano, o “piloto” será a 488 GTB. O modelo é uma versão atualizada da 458 Italia. Tem a carroceria do superesportivo mais antigo, mas um novo motor V8 turbo, que tem 661 cv. Com ele, a máquina leva 3 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h (confira mais detalhes aqui).

A equipe inglesa contra-ataca com o “piloto” 675LT, que, ao menos nos números, promete reviver as temporadas de Fórmula 1 1976, 1990, 1998, 1999 e 2008. Assim como a Ferrari 488, o novo McLaren também é derivado de um já existente (o 650S, que por sua vez é uma variação do MP4-12C).


A briga do Salão de Genebra de 2013. Naquele ano, não teve para Ferrari nem para McLaren na Fórmula 1. A Red Bull conquistou o título com folga

O 675LT tem 675 cv em seu 3.8 V8. De acordo com a montadora, ele é um milésimo de segundo mais rápido que o concorrente na hora de acelerar de 0 a 100 km/h (são 2,9 segundos). Ponto para os ingleses.

O resultado, porém, só sai no 2 de março, quando os dois modelos forem mostrados durante o primeiro dia de prévia do Salão de Genebra. Meu palpite? Vai dá Ferrari. É porque salão sem carro da marca italiana parece que nem é salão. Não tem o mesmo “tempero”.

É louvável, porém, a tentativa da McLaren de reverter o jogo. A mesma coisa aconteceu no mesmo Salão de Genebra, mas em 2013. Ali, enquanto a italiana apresentava sua híbrida LaFerrari, a inglesa contra-atacava com o P1, igualmente equipado com a tecnologia sustentável. Ambos cativaram a atenção do público e da imprensa.


Audi R8

Na briga pelos holofotes, vale tudo. É bem possível que Jenson Button apareça por lá para apresentar o 675LT. Isso porque o inglês é presença confirmada na noite de pré-estreia da Honda, um dia antes da coletiva de imprensa da McLaren. Por lá, ele vai mostrar o Civic Type-R e o NSX (que, na verdade, já foi revelado no Salão de Detroit, mas em Genebra aparecerá com logotipo da Honda, em vez da Acura).

A ideia era levar Fernando Alonso, mas o espanhol está de licença após sofrer acidente na semana passada, em sessão de testes em Barcelona.

E a Ferrari? Será que deixará por isso mesmo ou vai deslocar um de seus dois pilotos, ambos campeões mundiais. Neste caso, a escolha seria o monossilábico e avesso a eventos de patrocinadores Raikkonen, que tem a seu favor o fato de ter sido o último campeão da Ferrari, ou o simpático e falante Sebastian Vettel, cujo trunfo é ser o maior campeão em atividade?


Cayman GT4

Em tempo: além de Ferrari, McLaren e Honda, a Audi elegeu o Salão de Genebra para revelar um superesportivo. A nova geração do R8 (saiba mais aqui) promete brigar com os outros três pelos holofotes do evento. Isso sem falar na Porsche, que, além do Cayman GT4 (leia mais detalhes), anunciou que levará ao salão suíço um esportivo inédito.

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Oficina Mobilidade

Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.