Placa Amarela

Em vermelho e preto

Picape Chevrolet Tigre 1946 é resgatada após quatro décadas de 'esquecimento' no interior paulista

Roberto Bascchera

21 de jul, 2015 · 4 minutos de leitura.

Em vermelho e preto
Crédito: Picape Chevrolet Tigre 1946 é resgatada após quatro décadas de 'esquecimento' no interior paulista

O músico Roberto Araújo circula pelas ruas de São Paulo com uma daquelas raridades cobiçadas por todo colecionador: uma picape Chevrolet Tigre 1946 resgatada do limbo com alto índice de originalidade. E funcionando.

Tão interessante quanto o utilitário quase septuagenário é a história que o cerca. Alertado por um amigo sobre a existência de um “carro velho” encostado em uma propriedade rural em processo de inventário, Araújo viajou até a cidade de Guapiaçu, na região de São José do Rio Preto, interior paulista, para ver do que se tratava.

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Ao livrar a joia da montanha de poeira que a encobria havia quatro décadas, a surpresa: a picape, nas cores vermelha e preta, estava em ótimo estado de conservação e com placas vermelhas da época – daquelas apenas com números, sem letras.


Negócio fechado (ele não revela o preço), o utilitário foi posto em uma plataforma e trazido para São Paulo. No meio do caminho, um susto: o guincho se envolveu em um acidente e a picape teve o para-lama dianteiro esquerdo avariado.

Nada disso, porém, fez o músico esmorecer. Pelo contrário. Com relativamente poucas intervenções, segundo ele – revisão mecânica, troca de pneus, bateria, fluidos e alguns outros itens, como o conserto do para-lama avariado -, o carro estava pronto para voltar às ruas.


E preservando muitas de suas características originais, como o chicote elétrico (sistema seis volts) revestido de pano, bomba de gasolina de vidro, pedal de partida ao lado do acelerador e estepe com pneu da época.


Na cabine, o revestimento do assoalho não é de aço, mas de pranchas de madeira.

O para-brisa bipartido é basculante – ele se abre por meio de uma manivela sobre o painel.


“Mexi o mínimo possível no carro”, afirma Araújo. “Troquei os pneus, é claro, mas optei por não mexer nem nas borrachas”, conta, apontando para pouco que restou da vedação das portas. “E veja como é o destino: eu tinha um jogo de calotas pendurado na parede de casa. São essas calotas que estão no carro agora”.


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