Placa Amarela

Seis portas. E muito charme

Feita para transporte de passageiros, Kombi com portas nas duas laterais é um utilitário raro e cobiçado

Roberto Bascchera

30 de set, 2015 · 6 minutos de leitura.

Seis portas. E muito charme
Crédito: Feita para transporte de passageiros, Kombi com portas nas duas laterais é um utilitário raro e cobiçado

Portas do lado esquerdo, novidade para muita gente

Encontrar uma Kombi de seis portas por aí é difícil. Cruzar com um exemplar como a saia-e-blusa 1973 branca e azul do empresário Torquato Durazzo é algo digno de registro. Além de impecavelmente conservada, a perua exibe acessórios de época garimpados no Brasil e no exterior, o que a torna ainda mais especial.

Saia-e-blusa impecável

Por ser rara, a Kombi de seis portas é cobiçada por colecionadores de diversas partes do mundo e muitos dos exemplares remanescentes estão deixando o País. Esse modelo foi fabricado somente no Brasil, a partir de 1961, e sobreviveu à grande reestilização ocorrida em e 1976, mas não são muitos os exemplares que sobreviveram. A Alemanha também teve um modelo de seis portas na década de 50. O utilitário, porém, só era oferecido na versão furgão (sem vidros laterais).

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Coluna separando as portas é uma das características da versão

Com suas três fileiras de bancos, o utilitário brasileiro tinha como finalidade primoridial o transporte de passageiros. Na propaganda veiculada na época, a Volkswagen definia o consumidor ao qual seu produto se destinava: “Táxis, lotações, agências de turismo, hotéis, companhias de aviação e escolas”, além, é claro, das famílias numerosas, algo bem mais comum nos anos 60.

Três fileiras de bancos e os célebres “PQPs”

A principal diferença do modelo 201 – código que o utilitário recebeu na Volkswagen do Brasil – em relação às outras Kombis, além das duas portas na lateral esquerda, são as colunas que separam as portas, e em ambas as laterais, o que inviabilizava o transporte de grandes volumes.

O velho e bom motor 1.500 refrigerado a ar

A perua só saía de fábrica com acabamento da versão Luxo, o que incluía frisos externos em alumínio, estribos, pintura em duas cores, forrações internas integrais e revestimento diferenciado dos bancos. Por tudo isso, ela era bem mais cara que a Kombi convencional, de quatro portas, o que tornou seu mercado mais restrito. A impossibilidade de carregar volumes maiores, por causa das colunas laterais, era outro fator restritivo do modelo.


Volante com aro de buzina, um acessório de época

Na pequena coleção de antigos de Torquato Durazzo, no entanto, a Kombi tem lugar especial. “Demorei muito para encontrar esse carro, e foi difícil convencer o antigo dono a vendê-lo, mas era um sonho que eu tinha desde a juventude, quando trabalhava com vendas e usava uma Kombi para atender meus clientes”, diz o empresário.

Estribos nas duas laterais

A perua de Durazzo nunca passa despercebida. Além da beleza da conservação – a mecânica é toda original, com o tradicional motor a ar 1.500 – e da combinação de cores, ela carrega mimos como auxiliar de quebra-vento em acrílico azul, aro de buzina, prolongador de alavanca de câmbio e de freio de mão, todos cromados, pneus com faixa branca, grades protetoras nos faróis e lanternas, tapetes de época e, em breve, segundo o dono, ganhará cortinas. “Desse carro nunca vou me desfazer. Não há dinheiro que pague”, diz.

Auxiliar de quebra-vento
Prolongadores nas alavancas de câmbio e freio de mão
Tapetes em duas cores

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